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sábado, 4 de junho de 2016

Empreendedores esperam faturar R$ 2 mi com entregas de bike

André Biselli e Victor Castello Branco, fundadores da startup Courrieros,
que faz entregas de bike
Pedalar sempre foi uma paixão para Victor Castello Branco, de 27 anos. Agora, tornou-se também um negócio. Ele é um dos fundadores da startup Courrieros, que faz entregas de bicicleta em São Paulo e no Rio de Janeiro e espera faturar algo em torno de 2 milhões de reais em 2016. Nada mal, hein?

A ideia do negócio surgiu a partir da frustração com o serviço de entregas via motoboys, usado pelo escritório em que Castello Branco trabalhava como administrador. “Um dia, o motoboy se atrasou muito, eu precisava enviar documentos e acabei eu mesmo levando de bike. Me surpreendi com o tempo que demorei, muito menos do que ele”, conta o empreendedor.

Um tempo depois, Castello Branco teve contato com uma empresa que faz entregas de bicicleta nos Estados Unidos e percebeu que o negócio poderia dar certo no Brasil. Em 2012, ele e seu sócio, o advogado André Biselli, decidiram tirar a empresa do papel. Para o pontapé inicial, cada um investiu 20 mil reais do próprio bolso.

Entregadores

Uma das principais questões para a Courrieros era como ser mais atrativa do que os serviços de entrega já existentes. A resposta encontrada parece óbvia, mas não é – eles decidiram investir no funcionário.

Para se tornar um entregador da Courrieros, é preciso passar por um teste rigoroso que analisa a habilidade do candidato em pedalar e se achar pela cidade, o que exige fôlego e senso de direção. Depois de selecionado, o entregador recebe um treinamento de mecânica, atendimento ao cliente e segurança no trânsito.

“Desde o início quisemos investir no funcionário. Hoje temos 73 entregadores, todos são CLT e metade são jovens que não têm formação superior e estavam sem oportunidade de trabalho. Formamos esses jovens para que eles saiam melhores do que entraram”, afirma Castello Branco.

“Hoje existe essa uberização dos serviços, mas nós não seguimos esse movimento. Somos responsáveis por nossos entregadores, inclusive para garantir a segurança dos clientes”, completa o empreendedor, citando a forma de trabalho adotada pelo aplicativo Uber, em que os motoristas não têm vínculo empregatício com a empresa.

Faturamento

A preocupação em garantir boas condições para os entregadores e o apelo ambiental do serviço já renderam uma série de prêmios à Courrieros. No ano passado, a startup foi eleita pelo sistema B uma das empresas que fazem melhor para o mundo. No mês passado, a empresa foi uma das convidadas para participar do Better Brands, evento na Suécia sobre sustentabilidade e construção de marcas.

Mas não é só de boas intenções que é feita a Courrieros. Com quatro anos de vida, a startup também apresenta resultados financeiros e tem crescido de forma invejável em meio à crise econômica.

No primeiro mês de atuação, foram feitas 212 entregas, gerando faturamento 4 mil reais. “Eu mesmo entregava”, lembra Castello Branco. Agora, são cerca de 9 300 entregas por mês (dados de maio). O faturamento em 2015 ficou em torno de 900 mil reais e, com o crescimento observado até agora, a expectativa é chegar aos 2 milhões de reais em 2016.

Carros elétricos

A empresa atende entregas de escritório (seu foco inicial), restaurantes e drogarias delivery e, mais recentemente, e-commerces. Um dos seus maiores clientes é a Netshoes.

Graças ao aumento do número de clientes, o serviço hoje chega a ser mais barato que o de empresas de motoboys, o que ajudou a Courrieros a crescer na crise. Outro atrativo é a pegada sustentável garantida pelo serviço, que fornece um relatório de poluentes não emitidos com a escolha da bike.

Com o aumento da demanda, a empresa reforçou sua frota com motos elétricas e carros. Castello Branco explica que os veículos são usados para buscar lotes maiores e levá-los até o a base da startup, de onde saem os ciclistas. Para o futuro, os planos são comprar carros elétricos e expandir para outras cidades. Entre as possibilidades estão Recife e Porto Alegre.

Fonte: Exame.com por Mariana Desidério

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