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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Garantir proteção a quem pedala é dever de ciclistas e motoristas

O desrespeito à velocidade máxima permitida nas vias e ao limite mínimo de aproximação entre carros e ciclistas ainda é visto como o principal fator ameaçador pelos que optam por pedal em Fortaleza

Com o desenvolvimento de políticas de incentivo ao uso da bicicleta,
a hegemonia dos carros vem sendo reduzida, em Fortaleza
Foto: © Thiago Gadelha


A malha viária é espaço coletivo, portanto, não pode ser monopolizada por um único modal. Mas, historicamente no Brasil, há dificuldades crônicas para fazer a convivência de veículos de diferentes tipos e portes ser, de fato, harmônica. Em Fortaleza, a hegemonia dos carros vem, aos poucos, sendo reduzida. O desenvolvimento de políticas que estimulam o uso da bicicleta como meio de transporte tem gerado efeitos e, embora careça de melhorias, já é destaque.

Para que essa relação seja menos insegura, é fundamental que cuidados sejam redobrados, sobretudo, por parte de quem conduz veículos maiores. Em Fortaleza, no ano passado, foram registrados 670 acidentes envolvendo ciclistas, conforme o Relatório Anual de Segurança Viária. O tráfego em alta velocidade e o desrespeito à distância mínima de segurança de 1,5 m entre carros e bicicletas continuam sendo ameaças.

A malha cicloviária de Fortaleza tem 241,8 km de extensão. Desse total, 103 quilômetros são de ciclovias; 134,8 quilômetros de ciclofaixas; 3,9 quilômetros de ciclorrotas; e 0,1 quilômetro de passeio compartilhado. Conforme a Prefeitura, se comparada a 2012, a ampliação da malha foi de 251%

Preferência
Por serem enquadrados como veículos que demandam proteção diante dos transportes de maior porte, as bicicletas têm preferência entre os modais e podem, por exemplo, trafegar nos bordos da pista de rolamento ou ocupar o espaço de uma faixa, desde que obedeça ao mesmo sentido de circulação, em locais em que não há ciclovias ou ciclofaixas, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.

A legislação determina que o município pode autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos carros, desde que para isso, estruture uma ciclofaixa.

Para o diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ciclovida), Daniel Neves, "os incentivos não são suficientes, mas têm ajudado bastante para a percepção da bicicleta no território urbano". A adoção de algumas ações, segundo ele, tem gerado uma convivência um pouco mais agradável, em algumas áreas.

A engenheira da Prefeitura, Bianca Macêdo, reitera a avaliação do ciclista e diz que a malha tem melhorado com a instituição de uma política cicloviária real e isso tem se refletido na convivência entre os modais na busca de garantir um trânsito mais seguro.

Fonte: Diario do Nordeste

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