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quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Suspensão Dianteira
Para o mountain biking, a suspensão dianteira se tornou um item essencial. Não poderia ser diferente: mesmo para uso recreativo, a suspensão já traz o conforto como grande argumento. Já nas trilhas, ela traz maior controle, menor fadiga no piloto e possibilita uma pilotagem muito mais agressiva e em terrenos cada vez mais técnicos.
Antes de tudo, é bom saber que suspensão e amortecedor são conceitos diferentes. Suspensão é o sistema construído para amenizar as irregularidades do solo. Amortecedor é o conjunto de elementos que permitem esse funcionamento. No caso da suspensão dianteira das bikes, suspensão é o conjunto completo e amortecedor é o cartucho de ar / hidráulico, molas e elastômeros. Entenda suas características.
Tamanho do Curso
De certa forma, quanto maior o curso, maior a capacidade de amortecimento de obstáculos. Hoje em dia, as suspensões costumam ter entre 80 mm e 200 mm, de acordo com a modalidade. Mas ter mais curso não significa ser melhor, pois isso acarreta em maior peso, mudança da geometria da bike e perda de energia na pedalada.
Funcionamento
A suspensão tem dois movimentos principais para funcionar: compressão e retorno. O primeiro é quando a suspensão é comprimida pelo impacto com o obstáculo. Já o retorno é quando ela volta para a posição original.
Elementos de Compressão
Elastômeros
São pedaços de borracha bem rígidos encontrados dentro da suspensão para amortecer os impactos. Normalmente têm densidades diferentes para uma maior progressividade. Na grande maioria das vezes é acompanhado de molas, para proporcionar uma maior sensibilidade a impactos menores.
Molas
Nenhum segredo aqui. As molas são comprimidas para absorver os impactos e voltam ao tamanho original. Em suspensões mais caras, são usadas molas de titânio para diminuir o peso e também por possuírem maior vida útil.
Ar
Possui o mesmo princípio da mola, tendo a vantagem de não ter peso. Nos sistemas antigos, o aquecimento do ar podia mudar o comportamento da suspensão.
Óleo
Costuma ser mais usado para o retorno. A vantagem é que mantém o funcionamento constante, porém pesa mais que os outros elementos.
Elementos de Retorno
Normalmente o elemento de retorno é o ar ou óleo. Algumas suspensões têm de um lado o sistema de compressão e de outro o do retorno. Esses elementos na função de retorno, ao invés de ajudarem a amortecer o movimento, servem para controlar a velocidade com que a suspensão volta para a posição original.
Ajustes
Controle de velocidade de retorno
É um dos ajustes mais importantes da suspensão. Sem o controle de retorno, a suspensão seria como um pula-pula, arremessando a frente da bike para cima em impactos fortes. Ter um ajuste sensível é essencial para que a suspensão funcione bem, de acordo com o terreno. Lembrando que um dos objetivos da suspensão é manter a roda da bicicleta o tempo todo no chão, para manter a tração do pneu.
Trava
A trava é um ajuste muito desejável na suspensão. A importância de travar o funcionamento é para evitar perda de energia ao pedalar em trechos onde a absorção de impactos não é a prioridade, como em asfalto, subidas lentas ou em sprints. Algumas travas possuem um funcionamento mínimo que pode ser ajustado.
Controle de compressão
Controla a facilidade em absorver os impactos. Uma compressão muito macia faz com que a suspensão chegue ao final do curso com facilidade. Já uma compressão muito dura, faz com que não seja usado todo o potencial do amortecimento. As suspensões com compressão de ar normalmente não têm esse ajuste, pois basta colocar ou tirar mais ar.
Compressão de alta velocidade
Presente em suspensões mais especializadas, esse ajuste controla o funcionamento em situações de impactos mais rápidos, isto é, quando o impacto é em objetos maiores e menos arredondados, onde a suspensão é muito exigida. Normalmente ajuda a evitar situações de final de curso em suspensões de uso mais extremo.
Compressão de baixa velocidade
Também presente em suspensões mais caras, serve para regular o funcionamento ao atingir obstáculos menores, ou seja, para evitar que a suspensão funcione sem tanta necessidade.
Válvulas de inércia
Esse sistema, chamado em algumas marcas de válvula inteligente, permite o funcionamento automático da suspensão apenas quando existem obstáculos. Ou seja, quando o terreno não é muito acidentado, a suspensão permanece travada e quando fica técnico aciona o funcionamento. Alguns modelos também permitem a regulagem da sensibilidade desse funcionamento.
Diâmetro do Eixo
O diâmetro do eixo em que fica presa a roda é o item mais importante na questão da rigidez do sistema de suspensão. As bikes de cross-country usam eixo de 9 mm, enquanto as de all mountain usam 15 mm e as de downhill e freeride 20 mm. O peso é maior, mas a rigidez é muito vantajosa, especialmente em curvas.
Diâmetro da Espiga
Esse diâmetro também influi na rigidez do conjunto. Há alguns anos existia o padrão bem estabelecido de 1.1/8" para a espiga. Agora temos também a opção de 1.5" nas bikes de freeride e também as cônicas, ou seja, maior na parte de baixo e menor na parte de cima. O quadro em que será encaixado a suspensão precisa ser compatível com a espiga.
Rigidez (Diâmetro Canelas)
Também pensando em rigidez, temos o tamanho das canelas. Costuma ir de 30 mm a 40 mm. Normalmente, quanto maior o curso, mais grossa a canela e não é algo que se pode escolher.
Double Crown
As suspensões de downhill mais especializadas têm um design chamado de double crown, em que as hastes da suspensão são estendidas até a parte de cima da caixa de direção, permitindo uma rigidez maior, já que essas suspensões normalmente contam com 200 mm e essa modalidade é a mais exigente.
Materiais
As suspensões, hoje em dia, são feitas em grande parte de alumínio, com partes em aço em modelos mais pesados (especialmente a espiga) ou com partes em fibra de carbono nos modelos mais leves e caros.
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