Subscribe:

Crie Sua Rádio Web

Ver Planos

Parceiros

.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Bicicletas: ideal para não viver apressadamente


Parte do que fazemos, em nosso compromisso diário com a mobilidade sustentável e sobre nossas bicicletas ainda é visto por muita gente como uma forma de andar lentamente. Ledo engano. Já estamos à frente de nosso tempo.

Valendo-nos da historinha infantil da tartaruga e da lebre, apenas para elucidar,  podemos dizer que o senso comum, positivo, fez por onde consagrar a máxima de que, aos poucos, podemos ir muito longe.

Sobre a questão da pressa de viver, outros são os ditos populares que também fazem tal concorrência, como por exemplo: será que é melhor “viver dez anos a mil ou mil anos a dez”? A abreviação de nossos momentos faz com que percamos mais tempo e deixemos de disfrutar tudo o que nos faz sentir melhores: nossa família, nossos amigos, lugares para visitar, hobbies, e é claro, nossa saúde.

Os desafios intermodais pelo Brasil adentro já provaram e vão continuar provando que a bicicleta é, disparado (literalmente), o veículo que alcança, com qualidade e em menor tempo curtas distâncias dentro do tecido urbano. Todas as pesquisas desenvolvidas pela Transporte Ativo e pelo Programa CicloVida (UFPR), por exemplo, reafirmam esta constatação e colaboram substancialmente com a qualificação do debate quando o tema em questão é a mobilidade em bicicleta.

Segundo o famoso professor Mário Sérgio Cortella, educador e filósofo que acompanhamos com admiração, pressa e velocidade, não são a mesma coisa. Pressa pode ser entendido como sinal de desorganização ou despreparo, enquanto a velocidade é um atributo de imprimir ritmos cada vez mais rápidos estrategicamente.

Grande parte das pessoas acabam por confundir as duas palavras em seu emprego, e comem apressadamente (engolem a comida) ao invés de comer velozmente; dirigem seus carros apressadamente ao invés de imprimir a velocidade ideal a cada trecho e traçado; enfim, uma é capacidade enquanto a outra é um problema atrás do outro.

Nossos companheiros que realizam pedais extremos vivem no limiar da velocidade, não da pressa. Os atletas que nos encantam com suas habilidades sobre rodas no Giro D’Itália e no Tour de France, entre tantos outros, usam tais capacidades para ousar, na velocidade, fazer o relógio contar a seu favor, mas nunca são afoitos porque sabem dos riscos e do dissabor das perdas.

As cidades que, dia a dia, optam pela bicicleta como modal de transporte e estilo de vida se dirigem ao futuro a passos largos, ou seja, velozmente. Seriam apressadas e, portanto, gerariam o próprio caos, se escolhessem a pressa dos automóveis e suas consequências.

O apressado vive angustiado, sempre reclamando de um passado que não aproveitou e que já não tem tempo a perder, mas já perdeu.

A pressa é inimiga da perfeição, diz o dito popular, e a bicicleta é a mais perfeita combinação entre equidade social e mobilidade, entre sustentabilidade socioambiental e cultura democrática, entre presente e futuro, porque de passado vive é quem tem pressa.

Carpe Diem!

Fonte: Revista Bicicleta por Therbio Felipe M. Cezar

0 comentários:

Postar um comentário