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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Exercícios físicos são fundamentais no combate a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson

Qualidade de vida, inserção social e melhoria das condições clínicas são algumas das vantagens quando o paciente sai do sedentarismo

Foto: Thinkstockphotos
Existem vários tipos de doenças neurodegenerativas, em que há decréscimo progressivo e irreversível de neurônios. Quando isso acontece, gradativamente, ocorre a perda das funções motoras e fisiológicas e a capacidade cognitiva (atenção, percepção, memória, raciocínio, pensamento e linguagem). Esta degradação pode afetar o movimento do corpo e o modo em que funciona o cérebro, originando a demência, como o Mal de Alzheimer e o de Parkinson.

Só o Alzheimer é responsável por 50% a 80% dos casos no mundo. A previsão da Alzheimer”s Disease International (ADI) é de que o número de doentes chegue a 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050. No Brasil acomete mais de 1,2 milhão de pessoas segundo a Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer). Mais comum após os 65 anos de idade, caracteriza-se pela perda progressiva das células neurais. O acúmulo anômalo de algumas proteínas no tecido cerebral provoca a morte dos neurônios.

A doença de Parkinson normalmente começa com a lentidão dos movimentos da pessoa que já chegou à terceira idade. Depois vem uma leve alteração da postura, o corpo tende a ficar encurvado. Os passos se tornam mais e mais lentos e surgem os tremores nas mãos e pernas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge entre 1% e 2% da população mundial, com idade acima de 65 anos. No Brasil estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram desse mal.

Em ambos os casos, atualmente, não existe medicação disponível para a cura, mas há remédios que retardam a progressão e atividades que melhoram as condições do paciente.

Atividade física como aliada – a Doutora Karina Hatano, médica do exercício e do esporte, conta que as atividades físicas regulares também podem ser grandes aliadas no tratamento visando melhorar a qualidade de vida. “O primeiro passo é fazer uma avaliação mental nos adultos mais maduros e idosos para ver se há alteração de memória de curto ou de longo prazo”, explica. Normalmente, quem sofre de Alzheimer lembra-se tudo do passado mas se esquece de fatos relacionados ao dia a dia, como deixar o fogão aceso.

Dentre os exercícios para as doenças neurodegenerativas, os principais são de fortalecimento muscular para braços e pernas. “Eles auxiliam no equilíbrio, na propriocepção como um todo (percepção de posicionamento que o corpo tem no espaço), evitando que o paciente caia e se machuque. Indicamos também atividades mais lúdicas e dinâmicas para estimular a memória”, comenta.

No caso do Parkinson, engana-se quem ache que os exercícios físicos podem ser uma ameaça, um perigo, em razão dos tremores. “Muito pelo contrário, quando a pessoa faz uma atividade como musculação, durante o movimento diminuem os tremores, comparando-se ao estado de repouso. Além disso, fortalecer a massa muscular nas pernas evita quedas e nos braços auxilia nas tarefas rotineiras, como carregar panelas e sacolas”, esclarece.

O alongamento também é fundamental para diminuir a rigidez articular, já os exercícios em superfície de instabilidade, como com bolas de Pilates, melhoram o equilíbrio.
A doutora ensina que é aconselhável, quando possível, incluir uma atividade aeróbica de intensidade moderada, no peso e carga, uma vez que o objetivo é oferecer qualidade de vida e não trazer sofrimentos ou provocar dores. “Pode ser uma caminhada, natação, bicicleta estacionária de academia, que é a mais segura”, exemplifica.

Em ambas as doenças os exercícios ajudam no combate de doenças como hipertensão, derrames, obesidade, diabetes, osteoporose, ansiedade, depressão, problemas no coração e pulmões. Além disso, aumentam a autoestima, a confiança e a aceitação da autoimagem, trazendo mais bem-estar geral e proporcionando a inclusão social. “Porém, é fundamental que um profissional monitore as atividades, para que sejam feitas corretamente e com o intuito de se evitar quedas”, lembra a doutora.

A médica salienta ainda que o paciente precisa continuar a tomar os seus medicamentos normalmente e manter sua rotina de consultas e tratamento habituais. “Trata-se de um trabalho multidisciplinar, o médico do esporte vai agregar valor ao trabalho do clínico, geriatra e demais especialidades”, finaliza.

Indícios de Alzheimer
• Falta de memória para acontecimentos recentes
• Repetição da mesma pergunta. Várias vezes, em um curto espaço de tempo
• Dificuldade para acompanhar conversas ou desenvolver raciocínios completos
• Dificuldade para encontrar caminhos conhecidos
• Irritabilidade
• Suspeição injustificada ou mania de perseguição
• Aumento da agressividade
• Interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos
• Afastamento do convívio social

Indícios de Parkinson 
• Tremor
• Movimento Lento
• Perda de movimentos automáticos
• Alterações de fala
• Sintomas não motores como seborreia, sudorese excessiva na face, tontura, alteração de memória, depressão, insônia, ansiedade, dificuldade para engolir

Fonte: Dino

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