Biker, medalha de bronze na Copa do Mundo, é a principal revelação do MTB nacional
Nascido na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Nícolas Sessler é um dos principais valores da nova geração de bikers no Brasil. Basta olhar o feito do jovem de 17 anos, que recentemente conquistou a medalha de bronze em uma etapa da Copa do Mundo de MTB.
Atualmente na equipe Scott-Fittipaldi, Sessler é revelação de um projeto incentivado e patrocinado pela empresa em solo nacional, tendo o apadrinhamento e a colaboração de grandes nomes do esporte.
Nesta semana, de olho no Campeonato Mundial, o campeão nacional na categoria Junior viajou para a Europa, onde fará a preparação para a competição. Sessler irá treinar na Itália, para aprimorar seus treinos na altitude, e Suíça, onde disputa a Swiss Cup. Depois, no dia 08 de setembro, segue para a Áustria na disputa do Mundial.
Já em solo europeu, Nícolas Sessler conversou com o Prólogo e falou sobre o início de carreira, relembrando as dificuldades de conciliar o esporte e os estudos, analisou o atual momento do MTB brasileiro e revelou que ainda tem muito em que evoluir, sonhando em conquistar ainda mais títulos no futuro próximo.
Prólogo: Tem apenas 17 anos, como administra seu tempo em relação aos estudos?
Nícolas Sessler: 2011 foi um ano bastante puxado neste sentido, pois era meu último ano de colegial e tinha o vestibular pela frente. Com certeza ambos os lados (esporte e estudos) acabaram um pouco prejudicados, mas no final tudo deu certo e consegui ser aprovado em uma boa faculdade (Administração de empresas na USP) além de conquistar bons resultados nas pistas.
Este ano ainda estou me adaptando à nova escola e tenho tido algumas dificuldades com relação à quantidade de faltas no decorrer do semestre. Tenho procurado conversar com os professores buscando a compreensão deles e um apoio.
P: Como é sua rotina de treinos? Onde começou a desenvolver e lapidar suas qualidades no MTB?
NS: Tenho um grande problema para realizar bons treinos de MTB, pois moro em uma região pouco propícia para a prática deste esporte. A região de Ribeirão Preto é relativamente plana e com muitas plantações de cana-de-açúcar. Com certeza isto dificulta muito a boa preparação, pois não tenho como desenvolver o lado técnico como deveria.
Noventa por cento da minha preparação é realizada na bike de estrada o que me fornece um bom preparo físico, mas deixa a desejar no quesito técnica. Talvez o que me ajude muito é que quando estava começando a pedalar, costumava fazer um “freeride” leve com alguns amigos. Acredito que isto pode ter me ajudado a ter um melhor controle da bicicleta.
P: Mas quando iniciou sua ligação com o Mountain Bike?
NS: Comecei a pedalar meio por “acaso”. Com 10 anos de idade, um amigo de meu pai sofreu uma contusão no joelho e foi-lhe recomendado a bicicleta como meio de ajuda na recuperação. Ele então convidou meu pai e a mim para lhe acompanharmos. Assim, peguei gosto pelo esporte e o pratico desde então.
A primeira competição foi dois anos depois em 2006. O que acredito que foi o grande incentivo para continuar, foi que logo nesta primeira prova, já me sagrei vencedor! Mas considero que quando realmente comecei a levar as competições mais a sério foi em 2008, ano em que passei a participar de um calendário de provas no decorrer da temporada.
P: A Scott, há anos, trabalha num projeto para revelar talentos da modalidade. Como avalia essa nova geração de bikers?
NS: Realizar um trabalho sólido na base do esporte é essencial para o crescimento do mesmo. Os países como França e Suíça que hoje dominam o cenário internacional não estão nesta posição por acaso. Basta olharmos o investimento que é realizado nos atletas jovens e crianças nestes países.
Realmente a Scott vem sendo uma grande parceira nos últimos anos e temos um projeto muito bom pensando no desenvolvimento para o futuro. Alguns frutos deste trabalho já estão sendo colhidos, mas esperamos que seja apenas o começo de muito ainda por vir.
P:Como vê o atual momento do Mountain Bike nacional?
NS O Mountain Bike tem crescido consideravelmente no Brasil e o número de praticante aumentou bastante nos últimos anos. Contudo, no cenário de competição, ainda estamos bastante abaixo das principais potências do esporte. Acredito que muito devido ao baixo nível técnico e competitivo das provas nacionais. Precisamos de pistas mais tecnicamente mais exigentes e de mais atletas disputando em alto nível principalmente nas categorias de base. Assim pode-se evoluir pensando em longo prazo.
P: Recentemente, a equipe de Pindamonhangaba investiu em um time de MTB. Acha que isso pode ser uma tendência no futuro?
NS: Sinceramente, não estou muito “a par” desta situação. Acredito que seja mais um investimento pensando nos Jogos Regionais e Abertos do estado de SP uma vez que o MTB passou a ser incluído como modalidade oficial. Muitas cidades como Santos, Ribeirão Preto, Jacareí e outras vêm fazendo algo parecido.
P: Lidar com a pressão já é algo rotineiro pra você?
NS: Ah... sim e não (risos). Sempre procuro me concentrar ao máximo antes das provas que considero importante. Porém eu costumo me cobrar bastante um bom desempenho o que nem sempre é algo positivo. Com toda certeza ainda tenho muito o que aprender, mas tenho procurado manter a tranquilidade e concentração durante as provas para tirar o máximo de desempenho que sou capaz.
Por Tadeu Matsunaga
Para o site Prólogo
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terça-feira, 31 de julho de 2012
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