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terça-feira, 10 de julho de 2012

Mário Roma, o reinventor do ciclismo no Brasil


Desde que o português Mário Roma anunciou, em 2009, a série de corridas Claro 100k e a ultramaratona Claro Brasil Ride, os ciclistas brasileiros nunca mais foram os mesmos. Nem as provas, que mudaram o patamar organizacional das competições para melhor – muito melhor. Quem fez uma delas sabe o que digo. Começa pela organização impecável, passa por percursos totalmente diferentes (pedalar numa estrada (Rodoanel Sul) dias antes de sua inauguração, assim como percorrer 600K no Chapada Diamantina, no interior da Bahia, ou subir, subir – e subir – em Santo Antonio do Pinhal e Campos do Jordão) ou pedalar à beira-mar, no Rio de Janeiro. O resultado é que a Brasil Ride foi considerada uma das 10 melhores provas de ultramaratona de MTB do mundo e Roma conseguiu licenciamento da UCI (União Ciclística Internacional) para realizar no Rio de Janeiro (outro percurso excelente) uma das etapas do campeonato mundial de ciclismo amador, com provas em 14 países (aproveite: a prova acontece no dia 29 de julho e as inscrições ainda estão abertas).

Afinal, quem é esse português? Veja abaixo os melhores momentos da entrevista concedida por Irineu Masiero do Blog Corta Vento no Portal da Band:

CortaVento: Quem é Mario Roma?
MR: Mario Roma é um português de 49 anos, fanático por bicicletas, casado com Andréa e pai de Giulia e Sophia. Gosto de viajar, fotografar, de cinema, música e surf. Fiz arquitetura e design na universidade Belas Artes de Lisboa. Sou sócio proprietário da Roma Sports Marketing, que atua em duas áreas Marketing Esportivo e Eventos Esportivos e sócio proprietário da RC Bikes, marca de bicicletas de performance junto com João Cox e João Paulo Diniz.

CV: Como chegou ao Brasil?
MR: Doze anos de vela profissional me trouxeram ao Brasil em 1983 onde comprei um terreno na praia da Pipa no RN e voltei em 1990 para construir um resort nesse mesmo local.

CV: Você pratica mountain bike em nível profissional. Qual é o seu currículo nesse esporte?
MR: Em 1998 comecei a competir em provas de mountain bike endurance. Fui campeão na Transrockies e Transandes, top 10 no Cape Epic, bronze no Mundial 24 horas solo, duas vezes campeão 24 horas de Lisboa, terceiro lugar no Extra Distance 800 km solo, campeão Cerapió, terceiro lugar no Alpentour Trophy, campeão Bike Race Across, e completei a Cape Epic de Tandem com meu parceiro de equipe Adauto Belli, que é deficiente visual. Em 2007, ganhei o prêmio de esportista Go Outsider do ano.Em 2008, participei de 18 competições e subi no pódio 18 vezes.

CV: Você é um ciclista que realiza eventos para ciclistas. Como começou isso?
MR: Os eventos esportivos nasceram de relacionamentos no circuito internacional com atletas, organizadores, a paixão e de experiências vividas em diversas provas no mundo. Sempre amei o ciclismo e mountain bike e decidi ir fundo nas competições de ciclismo depois do Brasil ter sido escolhido para sediar os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Conheci as maiores provas do mundo. Minha primeira ultramaratona já faz dez anos época onde ninguém imaginava que seria viável competir por sete dias e subir vinte e dois mil metros. Por um lado eu tinha essa experiência como atleta, por outro, minha esposa Andréa vivia tudo no bastidores. A soma desse conhecimento fortaleceu a Roma Comunicação a se especializar em eventos esportivos.

CV: Como nasceu a Brasil Ride?
MR: Em 2008, a maior prova de ultramaratona do Brasil, a Brasil Ride, saiu da cabeça, foi para o papel e se concretizou no inicio de 2010. Ao mesmo tempo foram realizadas cinco provas de ciclismo de estrada, entre elas a inauguração do Rodoanel, com a participação de 1.500 ciclistas, o maior numero de ciclistas em uma prova no Brasil. Desde então, continuamos investindo em realizar grandes eventos esportivos, como por exemplo, a inédita realização da etapa do Campeonato Mundial Amador de ciclismo de estrada e a 3ª edição da Brasil Ride. Cada vez que vejo uma foto do acampamento base, me lembro que servimos 6.400 refeições com salmão e sorvete, montamos 600 tendas para atletas de 19 países e de todo Brasil, transportamos 90 toneladas de equipamento e áreas de apoio com caminhões refrigerados no meio da Chapada Diamantina, uma equipe de 350 pessoas e conseguimos, em três anos, colocar a Brasil Ride entre os melhores roteiros de mountain bike do Mundo. E os projetos ganham ainda mais dimensão com a proximidade dos Jogos do Rio de Janeiro-2016. Teremos muitas novidades daqui em diante!

CV: No próximo dia 29 de julho acontece a 100K. Onde os participantes devem se preocupar? A prova é possível para um ciclista iniciante? Os participantes podem correr com qualquer tipo de bicicleta (MTB, por exemplo)?
MR: A dica básica é ter atenção com o próximo, lembrar-se que esta em uma prova e não treinando com alguns amigos. Na Europa é comum ter provas de estrada como esta com 8 mil ciclistas. O recorde brasileiro é de 1,5 mil, no Rodoanel, então nem todos têm esse costume de lidar com tantos ciclistas. No Rio de Janeiro, teremos uma prova de 82k de percurso passando pelos pontos turísticos mais belos da cidade e um dos visuais mais bonitos do mundo. A prova remete a um desafio, mas que é possível de ser superado e completado por todos. Teremos uma pequena subida e o resto do percurso é bem plano e o tempo de corte estimado é de 20 km/h, ou seja, possível para quem pratica o esporte com certa frequência. É uma prova para o amadores, um iniciante deve se inscrever e impor um desafio a ele mesmo. Com um pouco de treino e intimidade com a bicicleta, qualquer um é capaz de completar a prova, afinal, cada um pode ir no seu ritmo não inferior a 20km hora. É uma competição para si próprio. Uma corrida pessoal contra relógio, uma superação pessoal.

CV: O ciclista pode participar com uma bicicleta de mountain bike?
MR: Sim, é possível usar uma mountain bike, mas indicamos uma estradeira, obviamente. No caso do uso de uma mountain bike, sugerimos utilizar pneus slick (lisos). Não é permitido o uso de clip (guidão de tritlo).

CV: O que levar para a prova? Ainda é possível se inscrever?
MR: O uso do capacete é obrigatório. Recomendamos uso de luva e óculos para proteção dos óculos, além de caramanhola com água ou isotônico preferido. Roupas leves, de preferência, de ciclismo, já que uma camisa (jersey) possui bolsos nas costas, o que facilita o seu acesso enquanto o ciclista pedala. As inscrições estão abertas e ara se inscrever, acesse o site www.copa100k.com e para o Brasil Ride é www.brasilride.com


brasilride.com 

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