Foto: Alexander Gorbunov |
Quando o navio foi destruído pelo gelo e naufragou, levando junto com ele quase todos os pertences pessoais dos tripulantes, Orde-Lees escreveu no seu diário, em 30 de outubro: “minha maior perda sentimental foi minha velha e querida bicicleta que tive por 16 anos, a melhor Rudge-Whitworth que já exisitiu”.
Contudo, Thomas Orde-Lees não foi o primeiro a pedalar no Polo Sul! Havia uma bicicleta na expedição Terra Nova, comandada pelo Capitão Robert Falcon Scott, em 1910.
A bicicleta que Taylor pedalava no Polo Sul resiste até nossos dias. Passou um tempo à mostra na parede da cabana da expedição do Capitão Scott, mantida e preservada em mínimos detalhes. A bicicleta agora está sendo cuidada dentro do Antarctic Heritage Trust.
Thomas Orde-Lees e Thomas Griffith Taylor não tinham em comum apenas o primeiro nome. Eram homens que realmente estavam à frente de seu tempo. Quem viaja à Antártica, quase 100 anos depois daquelas expedições épicas, pode ver pessoas de bicicleta pelos caminhos da Estação McMurdo.
Hoje, não só é possível pedalar no Polo Sul, como existem bicicletas comunitárias na Ilha de Ross.
Mas pessoas ainda perguntam: como você faz pra pedalar quando está chovendo? E quando está calor? E no trânsito? Pode-se ver que, quando há desejo, vontade e uma certeza de que bicicletas trazem mais vantagens do que empecilhos, não há obstáculos.
Na pior parte da viagem, quando o futuro era incerto e os acontecimentos tinham levado todos a uma situação angustiante e sombria, Orde-Lees escreveu: Ninguém… sabe o que significa para mim ter uma bicicleta e um lugar para pedalar, por mais que sejam duros e ásperos os dias (diário pessoal, registro em 11 de março de 1915).
A bicicleta pode sempre ser a solução que possibilita ir além.
0 comentários:
Postar um comentário