Aplicativo Biciflow conecta ciclistas com rotas semelhantes no Grande Recife Foto: Júlia Lyra/Ascom UFPE/Divulgação |
Na prática, o Biciflow permite que pessoas cadastrem rotas e pontos de encontro, junto com datas e horários. Esses trajetos ficam visíveis para outros usuários, que podem participar da pedalada junto com a outra pessoa, ou criar seu próprio caminho. É como uma rede social voltada inteiramente para a prática do ciclismo. Ainda em fase de testes, o app está disponível para dispositivos com o sistema operacional Android e, em breve, deve ser liberada para iOS.
A capital pernambucana tem registrado casos de violência contra ciclistas. No dia 30 de setembro, o advogado Flávio Mendes de Amorim, de 47 anos, foi morto durante um assalto, enquanto pedalava com a esposa e uma sobrinha, no Parque das Esculturas, na Zona Sul. Menos de mês antes, um grupo promoveu uma pedalada na Zona Norte da capital pernambucana para protestar contra o índice de assaltos a ciclistas na região.
Estudando Ciência da Computação no Centro de Informática (Cin) da UFPE desde 2012, o estudante Igor Matos, um dos idealizadores do projeto, começou a usar a bicicleta como meio de transporte em 2015, quando entrou em um grupo de pedaladas noturnas. Além dele, participam do projeto Luís Henrique Delgado e João Paulo Luna, todos colegas de classe.
Ao ver que inúmeros amigos se locomoviam, de fato, pedalando durante o dia, Igor largou de vez os transportes motorizados para sair de Olinda, onde mora, até a UFPE, na Várzea, Zona Oeste do Recife, onde ele estuda. Foi aí que se deparou com os inúmeros problemas enfrentados pelos ciclistas no Grande Recife.
Da esquerda para a direita, Igor, João e Luís criaram o app Biciflow, que conecta ciclistas para pedaladas grupais no Grande Recife Foto: Júlia Lyra/Ascom UFPE/Divulgação |
A ideia de desenvolver o aplicativo surgiu, segundo Igor, de uma cadeira de empreendedorismo oferecida na UFPE. "Usamos a ideia do app na cadeira e tivemos um feedback muito bom. Havia um prêmio na categoria de inovação e fomos selecionados. Acabamos deixando de lado o projeto por causa das obrigações do dia a dia, mas com a apresentação em Brasília, a ideia tomou fôlego", explicou.
Segundo João Paulo Luna, em 2017, o projeto foi escolhido para ser apresentado em Brasília, por meio do Fundo Socioambiental Caixa. A partir daí, o grupo foi escolhido para receber um financiamento e contratar outros desenvolvedores para tirar o projeto do papel.
"Desde a concepção, já tivemos mais de 20 pessoas na equipe, até que algumas foram saindo e restou apenas nós três. Apesar disso, o projeto ficou mais forte ainda depois do financiamento. É uma causa pela qual tenho muita empatia. Estamos tendo a oportunidade de ligar várias pessoas que abraçam não só a ideia do ciclismo, mas uma série de outras iniciativas que estão promovendo uma mudança na sociedade", afirmou João.
Fonte: G1
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