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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu e a bike: NÚRIA CASADEVALL e sua História de amor com a Bike

NÚRIA CASADEVALL: "No início, dei uma volta completa (3,5 km) e me achei "a" ciclista. Hoje a minha bike já tem mais de 8.000 km e se tornou a minha grande companheira".

Núria Casadeval em passeio ciclístico em São Paulo.
Eu sempre gostei de andar de bicicleta na minha infância. Aprendi a subir na magrela no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Meu pai nunca me deixou colocar rodinhas pois achava que tínhamos que aprender a ter equilíbrio pelas próprias pernas.

O tempo passou, a bicicleta foi ficando cada vez mais na minha lembrança quando um dia, na casa de uma grande amiga no final de 2005, me deparei com um exemplar na cozinha dela. A Cris ganhou uma bicicleta e não tinha a menor ideia do que iria fazer com ela. Era do tipo mountain bike, de ferro, sem muitos recursos. Sugeri que poderia guardá-la no depósito da minha casa e assim a bicicleta mudou de endereço.

Lembro que o primeiro passeio foi ao mesmo parque onde aprendi a pedalar. Dei uma volta completa (3,5 km) e me achei "a" ciclista. Nesta época eu ainda fumava, o que dificultava muito o fôlego.
No começo os passeios eram tímidos e curtos. Eu não tinha a menor noção do quanto São Paulo não era plana. Moro em um bairro cheio de ladeiras e as primeiras investidas foram bem difíceis.

Olha a turma de ciclistas aí, gente! Sempre cabe mais um na diversão!
Comecei a sair quase todos os sábados para pequenos passeios: ir à padaria, ao cabelereiro ou simplesmente dar uma volta no quarteirão. A bicicleta começou a fazer parte da bagagem para a praia também.

Neste momento, já tinha capacete, luvas, luzes e mais alguns apetrechos. Numa cidade como São Paulo é fundamental ter os equipamentos de segurança e noção de como um ciclista deve se comportar no trânsito. Comecei a ler tudo o que  encontrava sobre o tema e entrei em algumas listas da internet às quais me inscrevi.

Em 2009 decidi que participaria de uma "virada esportiva", ação desenvolvida pela prefeitura de São Paulo. Seriam 60 quilômetros durante toda a madrugada de um domingo. Foi uma experiência muito interessante. Conheci várias pessoas que faziam parte de grupos que pedalam pela cidade de São Paulo à noite e finais de semana.  Neste momento se abriu um universo que eu desconhecia!

Passei a fazer trilhas, travessias e até me aventurei a competir uma vez. Abandonei o cigarro em definitivo e comecei a incorporar a bicicleta para ir ao trabalho às sextas-feiras. Minha vida mudou, aumentei o meu círculo de amigos e descobri que uma atividade física pode se tornar um hobby muito interessante.

Maio de 2009 e suas trilhas memoráveis pela belíssima Toscana, na Itália.
A partir deste momento, a vontade de pedalar distâncias maiores começou a aparecer. O universo conspirou a favor e tive a oportunidade de viajar para a Itália em maio de 2009 para pedalar seis dias pela Toscana. A paisagem parecia um cenário de filme, as estradas, os odores dos campos, as degustações de vinho em vinícolas. Foi uma experiência sensacional! Gostei tanto que me aventurei a passar o carnaval de 2010 no Parque Torres del Paine, na Patagônia chilena, com um grupo pedalando pelas paisagens mais extraordinárias. Eu tinha a sensação de estar na época dos dinossauros.

O céu é o limite! Pedalar pela Patagonia, no Chile, foi uma experiência incrível.
Minha bike já tem mais de 8.000 km e se tornou a minha grande companheira. Hoje eu não consigo mais viver sem pedalar. Faz parte do meu estilo de vida. Já fui para Santos três vezes por rotas diferentes, cruzei Ribeirão Pires até Bertioga e pedalei de Ubatuba até Parati. Acredite: qualquer um pode fazer isto desde que tenha um bom preparo físico. É fundamental fazer um check up antes de começar qualquer atividade física. Assim, você poderá tirar mais proveito da atividade.

Se um dia você for mordido por este "bichinho" do pedal, fique tranquilo. Você só terá a ganhar!

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