Foto: Diógenes |
Apesar dos assédios serem frequentes em qualquer lugar e de que ninguém está livre disso, o fato de estar em cima de uma bicicleta agrava esta situação. Levante a mão quem nunca ouviu a clássica: “como eu queria ser o banquinho da sua bicicleta”… Argh! Nojo!
Infelizmente, essa situação é um dos grandes fatores que desestimulam o público feminino a pedalar. A rua é de todos, e todos temos direito de usufruir dos espaços públicos sem sermos importunados.
E não importa a roupa que eu esteja usando, se é calça colada, saia ou short, independente do comprimento, ninguém tem o direito de me intimidar com palavras de teor sexual, gestos ou olhares, de jeito nenhum. Meu corpo não está a serviço ou ao bel prazer de ninguém!
Portanto, gostaria de dizer aos tarados de calçada (porque homem que se preza tem educação e sabe dar valor a uma mulher), que não estou em cima de uma bicicleta para exibir meu corpo e receber assobios e buzinadas. Eu estou em cima de uma bicicleta pelo simples fato desse ser o meio de transporte que eu escolhi, que me faz bem, que funciona para minha vida, e nada lhe dá o direito de me assediar. Desculpa, mas dispenso seu “elogio”.
Este é um assunto delicado, e entramos na questão do que pode ser considerado assédio e o que é paquera. Acreditamos que o que diferencia é a abertura que se dá para tal ação acontecer, assim como o tom que se usa. E elogio de admiração pela atitude de estar na bicicleta é algo bastante comum, mas sabemos quando se trata disso. O limite é imposto de acordo com cada um, e pode ser bem variável de acordo com a cultura e fatores sociais também. O importante é saber que o limite de um termina quando começa o do outro.
Elogio é bom e todo mundo gosta, agora, um cuidado precisa ser tomado na hora da abordagem para saber se a pessoa a ser elogiada está aberta a isso, se não vai ocorrer uma invasão de espaço. Afinal, tem quem passe pela frente de uma obra e se não ouvir um fiu fiu já fica deprimida e corre pro salão de beleza. Vai entender...
Foto: Diógenes |
Fica aqui então o nosso pedido por respeito e um recado para os meninos: antes de mexer com alguma mulher na rua, lembre-se de que ela não vai gostar, nem vai dar o telefone dela para você e muito menos cria a chance de uma aproximação entre vocês. E outra coisa, quando sentir vontade de gritar obscenidades a uma mulher, imagine que essa tal mulher poderia ser sua mãe, sua irmã, namorada ou filha. Fica a dica.
Fonte: Revista Bicicleta por Aline M. Mafra e Michele M. Mafra / Bela na Bike
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