Rua de Bogotá durante a Ciclovia, que todo domingo impede o trânsito de carros Foto: David Snyder (Zumapress) |
“Surgiu como uma proposta de recuperação do espaço público em relação aos veículos”, resume Bibiana Sarmiento, coordenadora geral da Ciclovia. Agora, a cada domingo 1,4 milhão de pessoas —ciclistas, pedestres, famílias, patinadores, gente com seus mascotes, skatistas — se apossam de parte da cidade. No lugar há atividades como apresentações musicais, atividades para as crianças e aulas de segurança viária.
“O trânsito em Bogotá é muito complicado”, continua o taxista, “e com medidas como essa se tenta promover uma mobilidade alternativa”. O motorista se refere ao transporte público, à caminhada e às bicicletas. Na capital, com quase 8 milhões de habitantes, há 1,5 milhão de veículos, segundo os dados da Secretaria Regional de Meio Ambiente de Bogotá. “Aplicamos o rodízio [restrição aos carros nos horários de pico; placas pares num dia, ímpares no outro], e mesmo assim os congestionamentos são um pesadelo”, afirma Nelson Carreño, coordenador do programa Pedale por Bogotá, organizado pelo Instituto Distrital de Lazer e Esporte (IDRD, na sigla em espanhol). A velocidade média de um carro na área metropolitana é de 19,3 quilômetros por hora, segundo o Departamento Nacional de Planejamento. “Para as bicicletas é de mais de 15 km/h”, assegura Carreño, acrescentando, com orgulho, que a cidade tem mais de 400 quilômetros de ciclovias.
Embora no início a Ciclovia fosse uma atividade lúdico-festiva espontânea, desde 2006 ela foi reorganizada e transformada em ferramenta de urbanismo: “Este dia muda a visão das pessoas sobre a capital”, diz a coordenadora do evento, Bibiana Sarmiento. “Não apenas fomentamos o interesse pela mobilidade como convidamos a viver a rua e favorecemos a mistura de pessoas de diferentes estratos sociais. Na Ciclovia todos somos cidadãos desfrutando de sua cidade.”
Sob o comando de Sarmiento há 220 pessoas, que cuidam para que nada dê errado nas atividades promovidas nesse dia nas ruas. Algumas coordenam a oficina de pintura do rosto para crianças, outras ensinam a andar de bicicleta, e muitas outras ficam nas áreas para levar bichos de estimação e no local em que vários vendedores apregoam seus produtos, tentando atrair as pessoas com o cheiro que sai de suas churrasqueiras e panelas. “O melhor a fazer é sair do carro e aproveitar a Ciclovia”, recomenda o motorista do táxi. “É o programa perfeito para um domingo em Bogotá.”
Fonte: brasil.elpais.com
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