Foto: Monika Adamczyk - Fotolia.com |
Flavonoides são composições químicas naturais encontradas em plantas, onde elas ajudam em processos como reparos e proteção contra doenças. Cientistas e pesquisadores estabeleceram uma relação entre ingerir alimentos ricos em flavonoides e diminuir a chance de desenvolver doenças como problemas cardíacos, câncer e infartos. Felizmente, o cacau é particularmente rico em flavonoides.
A pesquisa
De acordo com uma pesquisa realizada em 2012 na Austrália, o consumo de bebida de cacau rico em flavonol pode ajudar a diminuir a pressão do sangue, melhorar o fluxo do sangue até os músculos e diminuir as demandas do coração durante um exercício.
No estudo conduzido em uma universidade no sul da Austrália e publicado no British Journal of Nutrition, pesquisadores recrutaram 21 pessoas com excesso de peso, de faixa etária média, e dividiram eles em dois grupos. O primeiro grupo consumiu uma bebida com cacau rico em flavonol, contendo 701mg de flavonóis, enquanto o segundo grupo consumiu bebida de cacau com poucos flavonóis.
Duas horas depois, os participantes pedalaram por 10 minutos com sua capacidade cardíaca a 75%. Os resultados mostraram que, enquanto não havia diferenças na pressão do sangue durante os exercícios, houve diferença depois. De fato, o aumento da pressão arterial diastólica foi 68% menor no grupo que ingeriu bastante flavonol, enquanto a pressão arterial média foi 14% menor.
Os pesquisadores disseram que esses resultados mostram que o consumo de cacau rico em flavonol podem permitir performance em exercícios mais eficiente e mais segura, colocando menos stress no sistema cardiovascular.
Análises dos 10 estudos, publicados no American Journal of Hypertension, confirmou que as propriedades de redução da pressão de sangue do cacau – e você não precisa comer toneladas. Comendo aproximadamente 14g de chocolate com alto teor de cacau por dia – algo em torno de apenas 30 calorias – notou-se diminuição da pressão do sangue sem ganho de peso ou outros efeitos adversos, de acordo com um estudo feito em 2007 e publicado no Journal of The American Medical Association.
A pesquisa não parou por ali, e estudos posteriores têm mostrado benefícios para a memória e concentração por comer chocolate rico em flavonol.
Outros benefícios do chocolate
Chocolate não é só flavonol e baixa pressão sanguínea. Cacau contém uma grade de nutrientes que podem beneficiar sua performance, incluindo vitamina B, cálcio e magnésio, aminoácidos e outros antioxidantes. Cacau também contém cafeína, que é conhecida por melhorar a performance no ciclismo – em parte devido a uma estimulação da mobilização de ácidos graxos e a poupar reservas limitadas de carboidratos do corpo.
A pesquisa mostrou que a cafeína diminui a percepção do esforço e da fatiga, ambos para esforços de resistência e sprints. Tipicamente, um chocolate quente contém 10mg de cafeína, enquanto uma barra de chocolate ao leite (50g) contém aproximadamente 40mg. Enquanto isso não chega nem perto dos 100mg que tem no expresso que você toma de manhã, cacau também contém quantidades apreciáveis de teobromina. Embora ela seja farmacologicamente menos ativa, a grande quantidade gera um efeito equivalente ao da cafeína. Teobromina também dilata os vasos sanguíneos, o que significa que o sangue flui melhor – outro ponto para o cacau.
Romilly Lockyer / Getty Images; |
Para benefícios notáveis, escolha chocolate com alto nível de cacau – procure chocolate amargo que tenha pelo menos 70% de cacau (pó, não manteiga de cacau). Nem todos os chocolates são criados da mesma forma, e usualmente contém uma mistura de pó de cacau, manteiga de cacau, leite, aromatizantes e açúcar. Tente evitar chocolate com alto teor de açúcar.
Se você prefere chocolate cremoso, certifique-se tenha mais manteiga de cacau do que leite (ou apenas manteiga de cacau). Manteiga de cacau também é trocada por leite, que é mais barato e mais calórico.
Outro fator da qualidade do chocolate é o sabor adicional. Procure por chocolates que contenham baunilha – baunilha mesmo, não apenas o aroma ou essência.
O novo camarada no pedaço é o chocolate ‘cru’. É o grão, ou flocos do interior do cacau em seu estado natural – não cozido, torrado, processado ou misturado com outros ingredientes baratos.
O cacau pode ser encontrado na forma de barras, flocos, pó, em biscoitos e brownies. Também misturado com manteiga de coco, frutas e nozes secas, gera uma incrível barra para exercícios e saúde para antes e depois dos exercícios. Importante: desde que não seja aquecida acima de 42°C, ela tende a ser rica em antioxidantes.
Os benefícios do cacau
Se você comer o cacau certo em quantidades corretas, há uma riqueza de saúde e benefícios de recuperação em sua ingestão. Então, de que maneiras essas delícias podem ajudar o seu corpo?
Produção de energia aprimorada – Cacau é rico em vitaminas do complexo B, que são necessárias em vários processos metabólicos, incluindo a produção de energia.
Saúde para os ossos e juntas – É também uma ótima fonte de minerais, cobre, cálcio, magnésio e zinco, todos eles importantes na saúde dos ossos, cartilagens e colágeno.
Recuperação muscular e alívio da dor – Junto com os flavonoides, cacau contém as vitaminas com potente efeito antioxidante C e E, para combater o dano causado pelos radicais livres, que podem contribuir para causar inflamações e dor muscular.
Sustenta a imunidade – Durante exercícios ou treino pesado, seu sistema imunológico pode ficar suprimido, tornando-o vulnerável a infecções. Flavonoides, vitamina C, E e zinco ajudam a manter as funções da imunidade.
Crescimento e reparo muscular – Cacau contém muitos aminoácidos (incluindo leucina), que são conhecidos por serem essenciais para as necessidades físicas de atividades atléticas. Aminoácidos são necessários para o reparo e crescimento dos músculos.
O nome botânico da planta que dá origem ao chocolate é Theobroma cacao, que significa “comida dos deuses”. Combinado com as propriedades mencionadas acima e seu sabor incrível, ficamos inclinados a concordar!
Fonte: Revista Bicicleta por Christine Bailey / Tradução Pietro Petris
Este artigo foi originalmente publicado na revista Cycling Plus.
0 comentários:
Postar um comentário