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Depois de percorrem 101km de terreno árduo, próximo à costa Sudeste da África do Sul, Avancini e Fumic cruzaram a linha de chegada na primeira colocação com o tempo de 4:25.35, mantendo a camisa amarela de líder, conquistada no prólogo de ontem.
“O terreno de hoje era bastante hostil e ingrato de pedalar, o que tornou as coisas mais complicadas, mas fizemos uma prova muito boa. Até o km 70, tínhamos a corrida sob controle. Mas foi um dia muito nervoso ainda, por ser o primeiro dia longo do Cape Epic. Muitas equipes estavam tentando se estabelecer, andando de maneira muito agressiva e nós fizemos um excelente trabalho. Andamos de maneira controlada, tentando nos manter na cabeça do pelotão para evitar quedas e ter um pouco mais de controle sobre qualquer ataque“, contou o brasileiro.
A dupla se beneficiou da queda do ciclista tcheco Jaroslav Kulhavi, que liderava a prova até poucos quilômetros da linha de chegada ao lado do suíço Christoph Sauser.
“Tivemos sorte com a queda de Jaro (Kulhavy), mas isso é coisa de corrida. Estava quente durante a prova, muito quente, mas conseguimos sair por cima e estamos muito felizes”, disse Fumic, companheiro de Avancini.
Esta foi somente a primeira etapa do Absa Cape Epic 2017, que termina somente no dia 26 de março. Com muito chão pela frente e 2 minutos e 41 segundos de vantagem sobre Kulhavi e Sauser, a dupla líder se recupera para enfrentar 102 quilômetros de terra e 2350m de ascensão, amanhã (21), na segunda etapa da corrida.
Nova preparação
Atleta olímpico nos Jogos Rio 2016, Avancini mudou o foco dos treinamentos, dando menos importância ao mountain-bike cross-country e voltando sua atenção às provas por etapas, nesta temporada. O ápice acontece justamente no Cape Epic, a ultramaratona de mountain bike mais dura do planeta, realizada na África do Sul.
"Na preparação, eu mudei muito a estrutura de distribuição dos treinamentos, focado no Cape Epic, que é meu principal objetivo neste ano. Mais importante do que atingir altas velocidades, é ter consistência e manter uma qualidade de performance ao longo dos oito dias. É isso que faz diferença em uma prova como essa. Além disso, mudei detalhes na construção da performance, coisas pequenas que, colocadas juntas, fazem diferença”, afirma o ciclista brasileiro.
Na última edição, Henrique Avancini conquistou a vitória na última etapa e terminou na quarta colocação geral, a 39 segundos do pódio. Contudo, o seu foco era nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Agora, ajustes na ‘fiel escudeira’ e no foco fazem com que ele chegue à África do Sul para competir em condições ainda melhores.
“Neste ano, tenho o desejo de fazer o Cape com um empenho maior - até porque talvez seja um novo caminho a seguir na minha carreira. Me vejo muito como piloto de provas por etapa, mais do que piloto de cross-country ou maratona. Eu gosto muito de provas por etapa, independente do formato. Se a prova tem mais dias, consigo ter uma boa performance. Então, o Cape Epic para mim tem bastante importância nesse sentido”, comenta.
Em 2017, o Cape Epic é tido por especialistas, organizadores e atletas como o mais concorrido dos últimos tempos. A ultramaratona contará com nomes de peso, como o suíço Nino Schurter (campeão mundial e medalha de ouro nos Jogos Rio 2016), Christoph Sauser (cinco vezes campeão do Cape Epic) e o alemão Karl Platt, que também carrega cinco títulos da prova no currículo. Tais condições não assustam Avancini, por outro lado, estimulam a se preparar ainda mais e manter o nível de concentração e foco elevados.
“2017 é a edição mais forte de todos os tempos da corrida, então falar do resultado final é complicado. Temos um nível melhor do que no ano passado, então, teoricamente, temos condições de brigar por um grande resultado. O objetivo é lutar pela vitória. Em uma prova desse tipo, quando você se propõe a andar de uma maneira mais agressiva, buscando a vitória, você pode ganhar ou ficar fora até mesmo do top 5. Não dá pra fazer prognósticos de classificação final, mas temos condições de atingir um bom resultado”, analisa.
Pela equipe Cannondale, Henrique e seu parceiro Fumic conseguiram treinar juntos, o que não ocorreu em 2016. Com isso, eles estreitaram o relacionamento para que pudessem colocar ambas qualidades juntas e mostrar que a relação Brasil vs Alemanha traz bons resultados no mountain-bike.
Fonte: Red Bull Content Pool
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