A estrutura impressiona. As bicicletas, de tecnologia que não existia no Brasil, podem alcançar 70km/h e possuem rodas feitas em fibra de carbono, além de um potenciômetro que calcula a força das pedaladas. Cada uma custou R$ 20 mil. Só o jogo com duas rodas sai por R$ 6 mil, enquanto o capacete, desenvolvido para uma melhor aerodinâmica, fica em R$ 800. Estima-se que os gastos com equipamentos chegaram a R$ 1 milhão.
Até os integrantes da equipe ficaram deslumbrados. Ao lado da coordenadora técnica Dani Genovesi, idealizadora do projeto, e dos técnicos Alvaro e Antônio Ferreira, muitos ainda comentavam sobre os benefícios dos novos equipamentos. Simon Jones, que vai orientar a equipe, deu seu pitaco: por videoconferência, o inglês disse que está disposto a passar toda sua experiência para os brasileiros.
A maioria dos atletas já praticava ciclismo de pista, mas nunca teve a oportunidade de treinar em um local adequado. E o esforço começou a dar resultados. Um mês após o início das atividades, os integrantes do novo time conquistaram 10 medalhas no Campeonato Brasileiro, em Maringá (PR). Um dos mais experientes do grupo, Davi Romeo considera a estrutura de trabalho digna de sonhos.
- Nunca vi um equipamento tão moderno como esse. É o primeiro ano que eu estou usando. Não tem nem o que falar do material, é o equipamento que eu sempre sonhei. Agora é só ter mais força de vontade e adquirir os resultados – diz o atleta, que faturou o bronze no Pan Americano da categoria, em 2012.
Tudo começou a partir de uma ideia da atleta de ciclismo Dani Genovesi. Em 2009, ela visitou o velódromo do Rio e saiu com a impressão que um espaço com tanta estrutura poderia ser melhor aproveitado.
- Fiz uma visita ao velódromo, vi a estrutura e pensei que a gente não tinha uma equipe de ciclismo de pista ou um trabalho como o que a Inglaterra fez. Faltava investimento. Essa foi minha luta desde 2009 – conta.
Ela então recorreu ao Ministério do Esporte que, ao lado da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecierj), de organizações sociais e empresas privadas, ajudou a disponibilizar um aporte inicial de R$ 3 milhões ao longo de 2012. Os ciclistas, escolhidos em parceria com treinadores de todo o Brasil, vão receber apartamentos equipados, plano de saúde, bolsa atleta e equipamentos de alta tecnologia.
As idades dos atletas da equipe variam. O mais novo tem 15 anos, mas o projeto pretende ir além e criar uma escolinha para crianças. O objetivo é visitar escolas para descobrir novas promessas do esporte, e oferecer toda a estrutura necessária para formar, a longo prazo, campeões olímpicos. Para Davi, a renovação é importante:
- A concorrência tem que ter, se você não tiver, não evolui. Meu pai, que é meu treinador hoje, sempre me falou isso. A concorrência faz com que você adquira mais personalidade, força e vontade de querer ser melhor. E eu vou ajudá-los a serem minha concorrência, ensinando tudo que eu sei.
Fonte: Globo Esporte.com
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