Foto: Pedro Cury |
O motivo deste artigo é mais um alerta do que a indicação perfeita de um quadro.
O que vem acontecendo aqui no Brasil é algo abusivamente errado. Falta de informação é a principal causa disso. Por exemplo: sempre tem aquele que se acha especialista em bike fit. Mas para isso, ele deveria estudar anatomia ou fazer um curso especializado antes de dar "informações" ou tentar ajustar a bike mais detalhadamente para um ciclista. O que serve para você, muito dificilmente servirá para outro. Principalmente nas rodas gigantes, completamente diferentes das 26”.
Teoria Básica da Troca de Quadro: 26x29
Não são todos os fabricantes que fazem todas as medidas iguais. Cada um tem o seu segredo e combinação (apresentação), mas ainda tem fabricante fazendo bikes 29” erradamente. Muitos ainda usam moldes e geometrias de 26, que comprometem em todos os aspectos: rendimento, dores no corpo etc.
História das Bikes 29 em Relação aos Quadros
Muitos gastos e dor de cabeça até chegar na geometria correta fizeram parte do trabalho dos criadores e formadores de opinião. O famoso off set do garfo foi o principal deles. Depois, o centro de gravidade (e já tem marca famosa publicando balela). Medição entre eixos, angulação do seat tube, top tube e angulação da caixa de direção etc. Pronto, os diversos erros foram corrigidos, embora alguns fabricantes ainda não acharam a geometria perfeita. Enfim, a bike 29” não nasceu por agora.
Com o boom das bikes 29”, as famosas marcas de aro 26” não se deram ao luxo de pesquisar, medir e fazer testes com seus protótipos. Muitas delas só fizeram alongar o famoso JIG (gabarito de criação, montagem e soldagem de quadro). Resultado: tudo errado. Mas mesmo assim, as bikes 29” invadiram o mercado.
Apenas com o alongamento atrás (seat stay e chain stay), estas bikes se transformaram em mutantes, fazendo com que os primeiros usuários – cobaias – tivessem uma experiência um pouco negativa em relação às mesmas. Por isso, até hoje os comentários ruins ficam na mente dos ciclistas. Pobres estes que ainda não pedalaram numa verdadeira 29”.
Problemas
Alongando apenas os tubos traseiros, as marcas não faziam as medições de forças aplicadas e variação das espessuras corretamente. Isso sem citar as outras partes que um quadro possui. “Oras bolas”, a pressão e força de uma roda 29” é muito maior que uma bike 26”. Eis a resposta das trincas e quadros empenados (torcidos). Simples!
Mas o problema vai além! A distribuição errada do peso do ciclista sobre a bike causou diversas queixas de que a bike 29” não subia bem, não era boa em singletracks, era uma bike mais pesada para pedalar, não rendia etc. Tudo isso já foi desmentido e não precisa falar mais das qualidades das rodas gigantes.
Isso não é uma denúncia. É apenas um fato. Afinal, nenhum fabricante queria ficar atrás, por isso houve uma peregrinação prematura para as rodas gigantes por parte de muitas marcas conceituadas. Tenho que ressaltar que algumas delas atrasaram sua produção em série. Estas fizeram bem e seguraram até o momento certo da nova tendência explodir. Mas mesmo assim, ainda ficam fazendo quadros muito aquém dos famosos frame builders, os que estudam e quebram a cabeça para chegar na “geometria fantasia” de uma verdadeira bike 29”.
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