Empresários faturam com a revenda de bicicletas, acessórios e diversos tipos de produto e serviço voltados para os amantes das bikes
Voltada para a customização, a Tag and Juice engloba ateliê de bikes, galeria de arte, butique de roupas e café |
Com o trânsito crescente e a busca por um estilo de vida mais saudável, cada vez mais pessoas estão seguindo esse caminho e adotando a bicicleta como meio de transporte e de exercício. Com essa mudança de hábito, cresce um segmento de negócio: o de produtos e serviços relacionados ao ciclismo.
De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes e Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e similares (Abraciclo), Moacyr Alberto Paes, as ciclofaixas que funcionam nos finais de semana são uma das grandes responsáveis pelo aumento do número de ciclistas e novas marcas ligadas ao setor. “As ciclovias e rotas preferenciais são uma ótima oportunidade para despertar nas pessoas o interesse pela bicicleta e fazer com que experimentem benefícios como a economia de recursos e a qualidade de vida”, afirma.
Revenda de bikes, produção e distribuição de acessórios e serviços de manutenção e customização são alguns dos negócios que estão surgindo e crescendo com esse interesse da população pelo ciclismo. De acordo com Rene Fernandes, antes de investir nesse mercado, é fundamental entender as necessidades consumidor. “O ideal é se especializar em um tipo de ciclismo ou, se quiser atingir um público mais abrangente, conhecer bem a demanda de seus clientes e apresentar soluções.” Segundo ele, as grandes lacunas no mercado nacional de bicicletas são um e-commerce forte, que traga produtos importados e de melhor qualidade para os ciclistas brasileiros, e o aluguel de bikes próximo a estações de trem e metrô. A customização também se apresenta como uma boa oportunidade de negócio.
A paulistana Tag and Juice, dos sócios Billy Castilho e Pablo Gallardo, é um dos estabelecimentos que embarcou nessa oportunidade. Antes de entrar para o mercado de ciclismo, a dupla já trabalhava com arte e design. A loja herdou essas características e engloba ateliê de bikes, galeria de arte, butique de roupas e café. “Não vendemos só um produto, mas um conceito, um estilo de vida”, afirma Castilho. Para Gallardo, o ciclista urbano é antenado em questões como sustentabilidade e bem-estar, além de ser preocupar em alternativas para tornar a sua cidade melhor.
Na loja, entusiastas e amantes do ciclismo, artes plásticas, música, gastronomia e cultura urbana podem encomendar bikes exclusivas, inspiradas nos anos 1920 e personalizadas conforme cor, modelo, tamanho e tipo de material. O serviço de montagem é terceirizado, e as bicicletas, vendidas por a partir de R$ 3.000, representam quase metade do faturamento total. Desde 2010, ano em que começou a funcionar, a empresa teve crescimento de 40% na receita. “A busca por bikes é algo natural, que vem crescendo não só em São Paulo como em várias cidades do país. As pessoas estão percebendo a necessidade de aproveitar a vida com mais consciência, saúde e diversão”, afirma Gallardo.
Serviços agregados
Segundo a Abraciclo, do total de bikes vendidas no Brasil, cerca de 50% é voltada para a locomoção e transporte, 32% para o público infantil, 17% para recreação e lazer, e apenas 1% para competição. Para o diretor executivo da associação, antes as bicicletas eram mais comuns em regiões do interior, periféricas e litorâneas. Agora, elas também estão alcançando as principais capitais do país e consumidores de alta renda. “A bicicleta surge como solução para problemas de transporte dos grandes centros urbanos.” De acordo com Paes, a questão da mobilidade urbana é um dos grandes atrativos e apostas de crescimento no setor.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios por Nathalia Prates
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