Feitos com discos de vinil, informes imitam as cores das placas de trânsito.
Mensagens trazem símbolos criativos para alertar motoristas.
Dezenas de cicloativistas afixaram placas em postes de ruas e avenidas movimentadas do
Recife na noite deste domingo (3). Feitos com discos de vinil usados, os informes imitam nas cores as placas de trânsito oficiais usadas no Brasil, mas trazem diversos símbolos bem criativos para alertar motoristas de veículos motorizados que partilhem as vias com as bicicletas.
O grupo foi dividido em sub-grupos para instalar as placas em vários pontos da Zona Norte e centro do Recife. Os locais foram propostos em debates realizados nas redes sociais, como as avenidas Rui Barbosa, 17 de Agosto, Norte, Real da Torre e Caxangá. Pontos com semáforos e constantes engarrafamentos foram priorizados.
|
Braz Pereira participou da mobilização (Foto: Luna Markman/G1) |
O contador Braz Pereira participou da ação, cujo ponto de encontro foi em Casa Forte. "Eu ainda não sou ciclista, não uso a bicicleta como transporte corriqueiro, porque acho que a cidade não oferece segurança. Uso bicicleta para lazer e participo de mobilizações assim para chamar a atenção da sociedade sobre o assunto, sem grandes expectativas", disse.
Os cicloativistas pintaram vinis usados com tinta branca e fizeram moldes aproveitando velhos exames de raio-x. Eles finalizaram a produção com spray preto e vermelho. Ao todo, foram produzidas cerca de 60 placas. Uma produção caseira que custou menos de R$ 2 para cada integrante.
saiba mais
As mensagens são de cidadania, como respeito aos pedestres e ciclistas. Algumas são bem humoradas e até inspiradas na arte do grafiteiro Banksy, como “Love is in the Air”, que mostra um manifestante em posição de lançar um ramo de flores no lugar de um coquetel molotov. “A gente entende que não é uma ação legal, no sentido legislativo, mas sabemos que as placas não vão trazer problemas nem complicar o trânsito”, falou uma das participantes da ação, a fotógrafa Ju Brainer.
Não é a primeira vez que este tipo de iniciativa acontece no Recife. Ano passado, outro grupo ativista colocou placas similares após atropelamento de dois ciclistas, em pontos diferentes da cidade, no mês de outubro. “Nós estamos suprindo essa necessidade de placas que promovam a nossa segurança no trânsito. Temos consciência que o governo, tanto estadual quanto municipal, tem agido, mas sabemos que ainda falta muito e eles precisam assumir essa responsabilidade”, complementou Ju Brainer.
|
Carioca Rosa Antunes disse que vai levar ideia para suacidade (Foto: Luna Markman/G1) |
O G1 acompanhou um dos grupos na instalação das placas. Logo na primeira parada, em um sinal na Avenida 17 de Agosto, próximo ao Shopping Plaza, um morador do local abordou os participantes com uma crítica: "a palavra compartilhe deve ser maior", disse, surpreendendo os ativistas, que esperavam na verdade uma "bronca".
A turista carioca Rosa Antunes está no Recife há três dias e soube do evento pelas redes sociais. "Eu ainda não tive a chance de andar de bicicleta, mas percebi que o trânsito aqui é caótico. Os motoristas não se respeitam, não dão seta, sobem nas calçadas. Imagino que é um suplício pedalar aqui, por isso achei a ideia das placas genial e vou sugerir para meus colegas do Rio de Janeiro. Lá nunca vi isso, a gente faz mais pinturas de ciclofaixas clandestinas", contou.
Fonte G1
0 comentários:
Postar um comentário