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sexta-feira, 2 de março de 2012

Ciclista morta na avenida Paulista era bióloga e trabalhava no hospital Sírio LibanêsComentários

A ciclista que foi atropelada e morta por um ônibus na manhã desta sexta-feira (2) na avenida Paulista, região central de São Paulo, era bióloga e pesquisadora do hospital Sírio Libanês. A informação é de uma amiga da vítima, que está no 78º Distrito Policial (Jardins), que investiga o caso --o hospital também confirma a informação. Segundo testemunhas, a ciclista usava equipamentos de segurança, como capacete e colete de sinalização.

Outro amigo da ciclista confirmou que Juliana Dias, 33, era de São José dos Campos (SP) e fazia diariamente o percurso entre o trabalho, perto da avenida Paulista, e a residência atual, na Vila Mariana (zona sul). O acidente ocorreu na altura do número 1.264, próximo à rua Pamplona. A Polícia Militar informou que a vítima foi atingida na cabeça e na perna.

A ciclista que foi atropelada e morta por um ônibus na manhã desta sexta-feira (2) na avenida Paulista, região central de São Paulo, era bióloga e pesquisadora do hospital Sírio Libanês. A informação é de uma amiga da vítima, que está no 78º Distrito Policial (Jardins), que investiga o caso --o hospital também confirma a informação. Segundo testemunhas, a ciclista usava equipamentos de segurança, como capacete e colete de sinalização.

Outro amigo da ciclista confirmou que Juliana Dias, 33, era de São José dos Campos (SP) e fazia diariamente o percurso entre o trabalho, perto da avenida Paulista, e a residência atual, na Vila Mariana (zona sul). O acidente ocorreu na altura do número 1.264, próximo à rua Pamplona. A Polícia Militar informou que a vítima foi atingida na cabeça e na perna.

O motorista do veículo presta depoimento nesta tarde. O cobrador já foi liberado, mas saiu sem falar com a imprensa.

Por conta do acidente, duas faixas da pista sentido Consolação foram interditadas e liberadas por volta das 12h50. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), logo após a liberação, um outro pedestre foi atropelado no mesmo trecho, na altura do número 777, por uma motocicleta. Ainda não há informação sobre o estado de saúde da vítima.

O ônibus envolvido no acidente está parado em frente ao DP, e dentro do veículo está a bicicleta. Agora à tarde, ambos vão passar por uma perícia do Instituto de Criminalística de SP.

No início da tarde, um grupo de ciclistas realizou um ato de protesto na avenida Paulista contra a morte da ciclista. Por volta do meio-dia, o grupo ficou por cinco minutos deitado na via até a Polícia Militar chegar. Alguns ciclistas resistiram à solicitação da PM para sair e tiveram que ser carregados para fora da avenida.

Hospital lamenta morte

Em nota, o hospital Sírio-Libanês lamentou a morte da funcionária. "A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês lamenta profundamente a perda trágica de sua colaboradora, a bióloga Juliana Ingrid Dias, que exercia a função de analista de laboratório no Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical. A direção, funcionários e amigos compartilham com a família o pesar pelo seu falecimento."

"Alegre e engajada"

Luiza Calandra, 26, gerente de comunicações e uma amigas da ciclista, afirmou hoje que ela era uma pessoa engajada por condições de acessibilidade aos ciclistas, alegre e que acreditava “em mundo melhor”.

Também ciclista, Luiza confirmou que hoje, às 19h, a ONG Massa Crítica vai fazer um protesto pedindo mais segurança a quem pedala pelas ruas de São Paulo. O ponto de partida será a praça dos Ciclistas, na Paulista, próximo à Consolação.

“O mais triste é que quem anda de bike corre risco todos os dias, mas a gente não vê ninguém mudando essas atitudes. Só no meu trabalho, metade dos colegas vai de bicicleta –todo mundo ficou arrasado hoje com a morte da Ju”, afirmou.

Ainda segundo Luiza, Juliana participava ativamente de movimentos que discutiam a acessibilidade urbana dos ciclistas e tinha um temperamento amigável. Sobre o fato da ciclista ter discutido com um motorista momentos antes do acidente, a amiga afirmou: “Todo mundo que eu conheço e que é ciclista tenta não ser agressivo com o desrespeito dos outros, mas chega um ponto em que não tem mais o que fazer”, definiu Luiza. “É indescritivelmente horrível isso que aconteceu, mas mais ainda por, aparentemente, ficar a sensação de que nada vai mudar.”

Outros casos

Em janeiro de 2009, uma ciclista também morreu na avenida após ser atropelada por um ônibus. Márcia Regina de Andrade Prado, 40, era uma ativista do ciclismo e sua morte gerou uma série de manifestações na região.

Em junho do ano passado, o ciclista Antonio Bertolucci, 68, que era acionista e presidente do Conselho de Administração da Lorenzetti, também morreu após ser atropelado por um ônibus fretado na avenida Paulo VI, na zona oeste da capital.

Com Agência Estado

Quatro ciclistas atropelados hoje no Brasil

Três mortes e um teve escoriações pelo corpo
 Um dia triste para toda a comunidade do ciclismo: Quatro atropelamentos envolvendo ciclistas, sendo que três foram seguidos de morte. Infelizmente não queríamos publicar tais fatos.

São Paulo - SP
Um ônibus atropelou uma ciclista de aproximadamente 33 anos na avenida Paulista, perto da rua Pamplona, às 9h50 desta sexta-feira (02/03/2012). A vítima morreu no local. O fato fez com que duas faixas da avenida Paulista no sentido Consolação fossem bloqueadas ao tráfego, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Muitos bikers da capital paulista ficaram sabendo do ocorrido e foram para o local. Haverá uma manifestação hoje em SP. Confira no final.

Belém - PA
Um ciclista morreu atropelado por uma caçamba por volta das 8h30 da manhã desta sexta-feira (02/03/2012), no km 12 da rodovia BR-316, em Marituba, região metropolitana de Belém. Uma equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) foi enviada para o local do acidente.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o ciclista andava pelo acostamento quando foi pego de supresa por um caçamba que tentou desviar de outro veículo. Devido ao impacto, o ciclista foi jogado para o asfalto e morreu no na hora. Uma equipe do Centro de Perícias Renato Chaves foi deslocada para o local e removeu o corpo da vítima.

Brasília - DF
Um ciclista foi atropelado por um ônibus na manhã desta sexta-feira (02/03/2012) perto do balão de acesso do Riacho Fundo. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A bicicleta ficou distorcida sob o ônibus da viação Riacho Grande.

O motorista do ônibus, de 65 anos foi levado para o Hospital Regional de Taguatinga em estado de choque. Ainda não há informações sobre a identidade do ciclista. O ônibus, a bicicleta e o corpo da vítima continuaram na região do acidente por muito tempo para que a perícia fosse feita.

Salvador - BA
Não muito diferente das três notícias tristes acima, um ciclista profissional foi atropelado nesta manhã de sexta-feira (02/03/2012) em Salvador-BA. Ele estava voltado do seu treino matinal quando foi surpreendido por uma Van de transporte alternativo que saia de um retorno.

Felizmente o ciclista não morreu. Ele teve escoriações no corpo e a bike danificada. A SAMU chegou minutos depois do acidente e fez os curativos e atendimentos necessários.

Manifestação Bicicletada Nacional (terça-feira, 06/03/2012, 19H)

Grupos de ciclistas de São Paulo irão fazer uma manifestação nesta sexta-feira. Eles irão se reunir às 19h na praça do Ciclista, nome dado ao espaço de canteiro central da avenida Paulista situado entre as ruas Bela Cintra e Consolação.

Outras capitais também já estão fazendo convocações para suas "bicicletadas extraodinárias". Procure o grupo da sua cidade e participe.

Cidades já confirmadas

Convocação da Bicicletada Nacional em solidariedade às vítimas do trânsito e pedindo mais respeito e prioridade nas políticas públicas de mobilidade.

Brasília: 19h, Praça das Bicicletas (Museu Nacional);

Curitiba: 19h, Pátio da Reitoria (UFPR) Amintas de Barros (entre Dr. Faivre e Gen. Carneiro);

Florianópolis: 19h, Skate Park Trindade (em frente ao Iguatemi);

Porto Alegre: 19h, Largo Zumbi dos Palmares (EPATUR);

Rio de Janeiro: 19h, na Cinelândia (em frente ao Cine Odeon);

São Paulo: 19h, pça do ciclista (av. Paulista X rua da Consoloção)

Salvador: 19h, Largo da Mariquita, Rio Vermelho


Apóiem, compartilhem, compareçam, ajude-nos na divulgação!
Vamos encher as ruas de bicicletas e mostrar que querermos uma cidade mais humana!!!!

Reportagem da Band sobre bicicleta - 4a Parte

Série: Bicicleta diverte e une a família



A bicicleta pode ser um hobby, um meio de transporte, ou até mesmo um brinquedo de criança.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mais uma novidade dos eletrônicos: Câmbio eletrônico dentro do cubo!

Muitas bikes dobráveis, passeio e alguns outros modelos, possuem esse sistema de marcha dentro do cubo da roda traseira, ou seja, o sistema de marcha fica dentro da parte centrar da roda e você não enxerga as catracas.


Após quatro anos do lançamento anos de lançamento do Shimano Dura-Ace DI2, o primeiro eletrônico para bikes de estrada que vingou. A Shimano resolveu partir para outro tipo de tecnologia eletrônica e anunciou o “Alfine DI2“. Que é um sistema eletrônico dentro do cubo que pode ter 8 ou 11 marchas.


A aposta da empresa está no ramo das passeio e cicloturismo top e linha. Mercado de vem crescendo demais, com a crescente demanda das pessoas por um meio de transporte mais saudável e limpo.
O cabeamento do câmbio pode ser colocado totalmente por dentro da bike, se está tiver os devidos locais para passagem dos fios.Esse sistema elimina a necessidade de câmbio dianteiro, uma vez que todas as marchas da bike ficam centralizada na roda traseira.


A manete para passagem de marchas poderá ser Rapid Fire (MTB) ou Drop Bar (Estrada). De acordo com o desejo do cliente. O grupo deve começar a ser comercializado em setembro de 2012.

BikeRadar

Várias forma de guardar sua Bike

Encostar a bicicleta na mesa de jantar pode não ser a melhor opção para quem não tem uma garagem coberta e segura para deixá-la. Então, pelo bem de sua bike de estimação, alguns designers já criaram “bici-estantes” bem interessantes.

Na maioria delas, basta ter alguns metros de parede disponíveis na sala para que a bicicleta fique bem guardada – e até componha a decoração do ambiente. Há prateleiras de bike que ficam apoiadas sobre o chão, e outras com capacidade para acomodar mais de uma bicicleta, além de objetos pessoais como chave, jaqueta e capacete.

Portanto, na maioria dos casos, a intenção não foi fazer um produto para aqueles que pretendem aposentar a bicicleta, ou então ter um modelo clássico apenas como objeto de decoração – apesar de ser uma possibilidade.

A seguir, separamos dez modelos bem interessantes. Saiba mais sobre cada um clicando no link das legendas.

BIKE E LIVROS NO LUGAR: The Knife and Saw  

PARECE UM BALDE QUEBRADO, MAS É PEQUENO E FUNCIONAL: Cycloc 

SIMPLES E NA VERTICAL: The Art of Storage 

PRA TODA A FAMÍLIA: The Art of Storage 

BIKE, CHAVE E CAPACETE: Clank Works 

DESIGN UTILITÁRIO: Tamasine Osher 

DUAS EM UMA: Quarterre 

PRÁTICA E COM ALGO MAIS: Reclamation Art 

BIKE E CAPACETE NO LUGAR: Design by Dimini  

PENDURANDO A SAPATILHA: JK Studio

Fonte: http://gooutside.uol.com.br

Retrato de uma vítima

Interrompida após um acidente entre uma bicicleta e um ônibus, rotina de Dona Wilma era plena de carinho e energia

Wilma Gaulke viveu 61 anos em dias plenos de energia. Às 6h de ontem, despertou cheia de planos. Tomou o café da manhã, mimou os três cãezinhos, as galinhas e as codornas do quintal, contemplou a imponência dos antúrios vermelhos no jardim da casa 5.861 da Rodovia Guilherme Jensen. Montou na velha bicicleta e encarou a rodovia.

Dona Wilma costumava caminhar pelo Bairro Itoupava Central, onde foi morar depois que casou, aos 25 anos. Mas as dores na coluna lhe fizeram mudar os planos. Há mais de um mês, a Praça Alberto Liesenberg, ao lado da Escola Número 1, era o destino de todas as manhãs. Usava os aparelhos do parque para se manter em forma e ajudar a controlar os níveis de colesterol, que andavam no limite, apesar da vida saudável da aposentada. Ontem, ao sair do parque às 6h55min, a rotina cheia de energia de dona Wilma foi interrompida.

Após embarcar os passageiros em frente ao Ambulatório Guilherme Jensen, o ônibus da linha 109 se preparava para cruzar a rodovia e fazer o contorno rumo ao Terminal do Aterro. Quando manobrava no acostamento, atingiu dona Wilma, que seguia no sentido contrário. Ela morreu na hora. Dona Wilma foi mais uma vítima da falta de acessibilidade às bicicletas no trânsito de Blumenau, que matou três ciclistas nos últimos nove meses, no perímetro urbano.

Dona Wilma iria ajudar a filha e o genro na padaria do casal
Depois da sessão de exercícios, dona Wilma planejava pedalar até a farmácia do bairro para comprar seus remédios. Traçou na mente a programação do dia: ajudar o filho Fábio e a nora Fernanda com as contas e a burocracia da padaria do casal. Se precisasse ir mais longe para quitar as contas, recorreria à ajuda do Fusquinha 1970, o xodó deixado pelo marido Alvin, falecido há nove anos. O carrinho já transportou muita gente da Itoupava Central. Dona Wilma costumava dar carona a todos que a acompanhassem à Igreja Luterana do Salvador, onde cantava no coral. Também ajudava a vizinha, que tinha dificuldade para se locomover. A netinha Francielly, 8 anos, passeou muito no possante bege claro quando a vó a buscava na escola. O apreço ao carrinho era tão grande - Dona Wilma considerava parte dos Gaulke - que no próximo mês seria todo reformado.

Final de tarde era sempre a hora de bajular a netinha e ajudar a filha Fabiana, que morava em uma rua próxima, e que há três meses presenteou a avó coruja com o segundo netinho, Gabryel. A inquieta dona Wilma dedicava-se também ao artesanato, desde que se aposentou da empresa Sulfabril, onde trabalhou por 20 anos. Ela aguardava pela indenização da empresa, que faliu no final da década de 1990. As mãos precisas da artesã ainda deixaram sobre a mesa da cozinha três vasos com flores esculpidas.

Dona Wilma estendia as horas para explorar na cozinha outra habilidade que atraiu clientes fiéis à padaria do filho. O bolinho de carne lhe arranjou fãs que apreciavam seu tempero na medida. Fábio e Fernanda estão consternados e planejam vender a padaria.

– Ela era a alma do negócio. Ajudava em tudo quando a gente não tinha tempo. Não sei como as coisas vão seguir sem ela – lamentou Fernanda.

Dona Wilma morava sozinha há um mês, depois que Fábio e Fernanda decidiram se mudar para a casa ao lado. Para amenizar a separação, o casal lhe prometeu um netinho para este ano. Mesmo morando em casas diferentes, quando ouvia a nora chegar no início da noite, dona Wilma corria à porta para recebê-la. Era a hora de colocar a conversa em dia.

Mas a última jornada de dona Wilma terminou tão cedo que nem sequer permitiu a última conversa. Às 7h, Fernanda ligou para a sogra. Queria lhe dizer para recolher a roupa do varal e não lhe esperar, pois voltaria tarde para casa. Ninguém atendeu. Dona Wilma havia se acidentado cinco minutos antes.

cristian.weiss@santa.com.br
CRISTIAN WEISS

Os ‘bikeboys’ ganham as ruas de São Paulo

Quatro empresas de entregas por bicicletas são uma
alternativa aos mais de 200 mil motoboys da capital paulista.
 Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress
 Vistos de longe são uma multidão sem rosto. Escondidos sob capacetes e jaquetas escuras, eles lotam os menores espaços entre os carros e saem costurando o trânsito com pressa. Alguns não fogem de uma briga e não demonstram o menor remorso ao arrancar retrovisores no trânsito apertado de São Paulo. Pertencem a uma categoria de trabalhadores que vivem sempre sob pressão, aparecem nas estatísticas com dois mortos por dia e estão entre os que mais sofrem com a poluição do ar. Talvez por isso muitos se autodenominem: “vida louca”. São os motoboys, que no Brasil já somam 1 milhão de profissionais.

O serviço, que é combustível para esse mercado gigantesco que movimenta só em São Paulo cerca de 1 bilhão de reais por ano, são as entregas, desde pizza até produtos vendidos na internet. Pensando nisso, dois jovens empresários de 30 anos resolveram testar um novo modelo de negócio e trocaram a moto por bicicletas. “Queríamos ter um produto no qual quanto mais vendêssemos, mais estivéssemos contribuindo para o meio ambiente. Diferente de apenas compensar emissões do tipo ‘compre uma tevê e nós plantamos uma árvore pra você’”, diz Rafael Mambretti, sócio fundador da Carbono Zero Courier.

A empresa surgiu em 2010 e tem hoje 23 entregadores que prestam serviço em toda grande São Paulo. “Já fizemos entrega até no aeroporto de Guarulhos”, diz Mambretti. A valor do frete é cerca de 30% mais barato do que o cobrado pelas empresas de motoboy e, em alguns casos, mais rápido. “Temos uma vantagem competitiva que é o fato de podermos descer da bike e andar na calçada atravessando uma rua na contramão, ou utilizar caminhos alternativos cortando parques. A bicicleta te dá uma grande mobilidade, o que ajuda muito na hora de traçar a rota”.

Fazer entregas de bicicleta é algo tão antigo quanto o próprio veículo, que começou a ser produzido em série em 1875 na França. Mas o fato é que, até pouco tempo atrás, contrapor motos com bicicletas como alternativa viável no trânsito de São Paulo era algo impensável. Hoje, essa já é uma tendência em capitais como Nova York, Paris e Londres. Na capital paulista, como o crescimento desse novo mercado, temos a chance de mitigar os problemas de um setor extremamente problemático e poluidor da sociedade.

O mercado de moto-entrega surgiu nos anos 80 e se expandiu com a onda de terceirização de serviços. Em São Paulo cresceu exponencialmente na década passada, sem planejamento, com muita desordem e com representatividade confusa – atualmente dois sindicatos disputam a legitimidade da categoria: o Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas de São Paulo e o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo. Ao todo, são mais de 200 mil motos registradas apenas nessa última entidade.

Além do perigo, o trabalho de motoboy contribui com o caos no trânsito e com a poluição atmosférica. Dados do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), braço do Ibama, mostram que mesmo em números absolutos uma moto gera mais poluição do que um carro ou um ônibus. Esse número dispara se considerados os dados por pessoa no trânsito, pois uma moto transporta no máximo duas pessoas. Junte-se a isso as mortes e acidentes no trânsito.

Todas as empresas de bike courier de São Paulo convivem com uma enorme demanda de serviço e um baixíssimo investimento em marketing e divulgação. “Trabalhamos muito para que isso não aconteça, mas já ocorreram casos em que tivemos que negar um pedido por falta de tempo e entregadores”, diz Mambretti.

Apesar de estar em constante processo de contratação, a empresa procura um perfil adequado ao negócio. “Para trabalhar com a gente precisa ser cicloativista, gostar realmente de bicicleta e ter um estilo de vida compatível”, revela o empresário. Todos os entregadores da empresa são registrados, possuem seguro de vida e contra acidentes, além de ganhar uma ajuda de custo mensal para a manutenção do veículo.

São quatro empresas de entregas que prestam um serviço alternativo aos mais de 200 mil motoboys da cidade. A tendência é que com o sucesso e adesão a esse novo (e ao mesmo tempo antigo) modelo de negócio, novas empresas surjam no mercado. Uma delas é a Giro Courier, que está há menos de seis meses no mercado e ostenta uma agenda de entregas de dar inveja a qualquer empresa tradicional de motofrete. Com clientes como Greenpeace, Odebrecht, Heineken e diversas agências de publicidade, a Giro Courier tem três entregadores fixos e uma rede de freelancers. Segundo Paulo Zapello, proprietário da empresa, também existe a mesma preocupação com o perfil do trabalhador. “Preferimos contratar esportistas e amantes da bicicleta. Isso traz mais segurança e comprometimento”.

Tanto Zapella quanto Mambretti são otimistas. Acham que em breve a hegemonia nas entregas de São Paulo será das bicicletas. “Isso seria excelente, mas nesse processo será muito importante a educação e comportamento dos ciclistas”, diz Maria da Penha Pereira Nobre, coordenadora da divisão de trânsito do Instituto de Tecnologia (IE). Segundo Maria da Penha, os novos entregadores precisarão adotar uma postura não agressiva e defensiva, ou do contrário poderão, além de sofrer acidentes, conquistar a mesma antipatia que parte dos motoboys têm hoje.

Mas a especialista em trânsito admite que a crescente demanda por entregas a bike pode mexer na estrutura da cidade. “Hoje São Paulo não conta com ciclofaixas durante a semana. Com a crescente demanda dentro do mercado de trabalho o poder público será obrigado a repensar o espaço para ciclistas dentro do trânsito”.

Caso a tendência realmente se acentue e a cidade presencie um boom, como ocorreu com os motoboys há 20 anos, o mercado de entregas terá um papel muito importante na reestruturação e sustentabilidade do trânsito em São Paulo. “Muita gente até gostaria, mas não tem coragem de trocar o carro por uma bicicleta. Nesse caso, ela pode optar e incentivar quem tem coragem, isso não deixa de ser uma forma de contribui também”, acredita Mambretti.

Carta Capital

Reportagem da Band sobre bicicleta - 3a Parte

Série: Convivência entre bicicletas e carros pode ser perigosa



A convivência entre bicicletas e carros nas ruas das grandes cidades mais parece uma guerra. Na reportagem especial de ontem, o Jornal da Band mostrou as regras para melhorar essa situação.

E o que o ciclista deve fazer para evitar acidentes.

Ciclista não é respeitado!

Quanta vezes já ouvimos essa frase. Hoje depois de uns 6 meses sem bicicleta, ontem a noite, convidado por o amigo Carlos, sem a cuia insistência dificilmente teria decidido de pedalar, arrumei todo direitinho: limpei um pouco da poiera a bicicleta, limpei a corrente, coloquei uma gota de óleo lubrificante, controlei as rodas, os freios, enchi com a bombinha os pneus (suando um pouco!), coloquei a novo competo na mesa, os óculos, o capacete, as sapatilhas, as garaffinhas vazias para encher ña manha seguinte e um dinheirinho que é sempre bom, tudo para pedalar no máximo 40 km! Pego o pulsador o não? Hum, tenho medo, mas vou pegar... fiz tudo como um ritual para recomeçar minha paixão: em setembro passei mal uma vez na estrada e me assustei porque de repente experimentei uma fraqueza tal quase de desmaiar e o coração disparou muito rápido, tanto que tinha que fazer-me tomar na estrada... em 20 anos de bici nunca me aconteceu um problema assim, e desde aquele dia fiquei com medo de retomar a bicicleta.

Mas ontem também minha esposa me encorajou a respeito, entao decidi ir.

As sete horas desço as escadas com a bicicleta numa mão e as sapatilhas na outra, o céu está limpo, o sol sera forte mas estáta cedo, as 9 hors volto já, vamos ver como estou com a nova camiseta... ah e ainda minha bicicleta, a posição è a mesma, o ar no rosto ta legal...daqui a 100 m tem o sinaleiro onde marcamos de encontrar-se, tà vermelho agora, tem alguns carros parados. Me enfio na esquerda para voltar naquela direção, o sinal abre, começo a voltar mas antes que possa entender me acho no chão: uma moto queria evidentemente passar-me por cima... ai o braço, o joelho me doi... levanto rápido (bom, nao tenho nada de grave!), me dirijo ao motoqueiro antes no meu idioma (!) e depois em português e ele me “explica” que eu nao podia virar a esquierda (nao vi nenhum sinal a respeito!). Convido ele na esquina, só para controlar a bicicleta e mim mesmo, mas ele vai embora, sem pedir desculpa, sem nada... come se eu fosse, sei là, um papelão na rua.

Já pensando entre mim se vale a pena pedalar, fico na calçada controlando as machucadas, colocando em reto o guidão...as rodas que estão tortas, tocam nos freios, nao da para pedalar, então mando uma mensagem ao meu amigo... ligo minha esposa, ela esta no mesmo sinaleiro indo pelo trabalho, então para alì. Atravesso a rua, estou com raiva, 6 meses parado e depois de 100 metros aconteçe assim... será que aqui é possivel pedalar por mim... sabe, as vezes os pensamentos negativos sao fortes... chega o Carlos, nao sei porque, mas abro os freios no máximo e vamos mesmo pedalar, nao quero pensar as dificultades, aos freios psicológicos, hoje quero só pedalar, também se é um verdadeiro desafio!

Francesco Bessana
Mariano Comense/Italia
Uberlândia/Brasil

Indicado para todas as idades, cicloturismo aproxima praticantes da natureza

A bicicleta ideal para a prática do esporte deve ter equipamentos como farol e peças refletivas e passar por revisão para checar correia e freios. O uso de capacetes é essencial.

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