Subscribe:

Crie Sua Rádio Web

Ver Planos

Parceiros

.


sábado, 17 de maio de 2014

Morte de ciclistas aumenta mais de 40% em um ano no RS

Motociclistas ainda são as principais vítimas do trânsito gaúcho, mas usuários de bicicletas tiveram maior aumento nos casos de morte

Especialistas acreditam que aumento de ciclistas nas ruas é uma
 das causas do crescimento de mortes

Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Um ciclista morre a cada três dias no Estado. Essa é a média registrada no trânsito gaúcho no primeiro trimestre deste ano. O aumento, em relação ao mesmo período do ano passado, é de 40,9%.

O crescimento, que tem como base os dados do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS), é muito superior ao aumento geral do número de mortes, que foi de 4,4%, chegando a 475 vítimas nos três meses.

Embora as mortes de usuários de bicicleta sejam, em números absolutos, muito menores que as dos líderes do ranking, os motociclistas — foram 31 ciclistas mortos contra 141 condutores de moto —, o número entre os condutores de moto aumentou apenas 8,5% de um ano para o outro.

Se comparamos os dados de mortes de ciclistas no primeiro trimestre dos últimos cinco anos, nota-se que em 2010 e 2011 havia ainda mais casos que hoje — foram 41 e 39 vítimas, respectivamente —, mas caíram para 29 em 2012 e mais ainda no ano passado, quando foram 22 mortes.

A curva se inverteu neste ano e o número voltou a subir. 31 ciclistas morreram em 28 municípios diferentes. Os únicos que tiveram mais de um caso foram Cachoeirinha, Guaporé e Porto Alegre, todos com duas mortes cada. Chama a atenção o número de casos em perímetro urbano: foram 18, sendo outras sete em rodovias estaduais e seis em rodovias federais.

Especialista em trânsito, o professor do Laboratório de Sistema de Transportes (Lastran) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) João Fortini Albano acredita que a explicação para a queda, de 2010 a 2013, e o posterior aumento de mortes possa estar na proporção de usuários em relação àinfraestrutura disponível.

— Há cinco anos, não havia as ciclovias que existem hoje, as bicicletas dividiam o mesmo espaço com os demais veículos e tinham apenas o corpo como proteção. Com a construção de novas faixas, aumentou a segurança para os ciclistas — aponta Albano.

Como explicar, então, o aumento de mortes neste ano? Mesmo sem dados concretos — o Detran não calcula o número de ciclistas, por não haver carteira de habilitação ou registro de bicicletas —, para Albano, a explicação está no boom de adeptos à bike, incentivados principalmente pela qualidade de vida e como alternativa de transporte. A mesma opinião é compartilhada por Cadu Carvalho, integrante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Mobicidade), da Capital:

— O crescimento de bicicletas nas ruas, tanto de novos ciclistas quanto do maior número de viagens por dia dos já adeptos, não foi acompanhado na mesma proporção pelos investimentos em infraestrutura — avalia Carvalho.

O ativista acredita que as bikes têm poder de provocar uma desaceleração no número total de acidentes envolvendo carros e outros veículos, mas, pra isso, precisam de mais ciclovias e ciclofaixas.

Para o diretor institucional do Detran/RS, Adelto Rohr, houve uma massificação do uso da bicicleta no último ano, mas há falta de preparo de motoristas e dos próprios ciclistas evitar acidentes.

— O motorista não aprendeu a ter cuidado para com os ciclistas e, de outro lado muitos ciclistas, por não terem que passar por aulas nem têm exigência de habilitação, não estão preparados para enfrentar o trânsito — sugere Rohr.

Fonte: Zero Hora

0 comentários:

Postar um comentário