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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Menos carro, cidade mais saudável


O governo federal anunciou que prepara medidas para que as montadoras de automóveis possam aumentar suas vendas, cuja queda no início deste ano é atribuída às restrições impostas pelos bancos nos financiamentos. A população gaúcha cresce a uma taxa de 0,4% ao ano, e a frota de veículos é incrementada em 6,4%. O Estado alcançou, em 2013, 5,7 milhões, para uma população de 11,1 milhões. Em Porto Alegre, são 780,5 mil carros – um para cada 1,8 habitante. Estes números traduzem uma realidade de cidades disfuncionais e que fazem mal à saúde. Limitam o direito de ir e vir das pessoas, consumindo um tempo precioso que poderia ser usufruído para o convívio, o lazer e a cultura, além de acarretar enormes prejuízos à economia e ao meio ambiente. Os engarrafamentos encarecem o transporte, prejudicam os negócios e aumentam o consumo de combustíveis. O trânsito caótico adoece a população, provocando, segundo a OMS, problemas auditivos, neurológicos, respiratórios, cardíacos e, sobretudo, estresse.

Somente no período de 2011/2014, foram destinados às cidades 32,7 bi, através do PAC 2, programa federal, dos quais Porto Alegre pode dispor de 560 milhões, destinados aos corredores dos BRTs, ao sistema de transporte e obras viárias. A possibilidade de acerto desta equação de duas variáveis – mais veículos, mais recursos para mobilidade – pode ser medida pelo exemplo da nossa Terceira Perimetral, que, ao ser inaugurada, já estava defasada. É preciso mudar radicalmente esta conta que não fecha.

Para recuperar a potencialidade da nossa economia e fazer das nossas cidades lugares saudáveis, as mudanças necessárias são essencialmente culturais, seja no âmbito da gestão pública, seja nos hábitos da sociedade. No primeiro caso, diversificar e qualificar as alternativas de transporte e resgatar o planejamento de longo prazo, concertado com as regiões metropolitanas. E sensibilizar cada vez mais pessoas para o consumo sustentável e optar pelo transporte público, uso de bicicletas e deslocamentos a pé. Passado mais de meio século dos “50 anos em 5”, precisamos viabilizar cidades saudáveis com sentido de urgência. É esse o desafio que decidimos enfrentar em Porto Alegre.

Fonte: Jornal do Comércio

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