Em Umuarama, a cada dia, mais pessoas passam a utilizar as ‘magrelas’, e acabam dando um colorido especial às ruas e avenidas da cidade.
Há também quem esteja em um grau avançado, com uma pegada, digo, uma pedalada, mais pesada e acabam ganhando as estradas vicinais da região.
Udnilson dos Santos Leonel, 36, é um desses aficionados. Depois de uma experiência negativa nas férias decidiu mudar de vida e perder alguns quilos.
“Queríamos radicalizar nas férias e quando estávamos no meio de uma escalada – no Morro do Macaco, no litoral catarinense-, passei mal. Tive que ser praticamente carregado morro abaixo. Quando me recuperei decidi que não precisava daqueles muitos quilos extras”, lembra.
Como forma de cumprir a promessa Leonel comprou uma bike e decidiu pedalar uma vez por semana com o famoso grupo do ‘Jefinho’ – da Secretaria Municipal de Esportes.
O desconforto inicial não foi maior que o prazer de reencontrar velhos e ausentes amigos. “Comecei a encontrar gente que não via há 10, 15 anos. Quando me dei por conta estava pedalando três vezes por semana e me sentia muito mais disposto”, destaca.
Atualmente, Léo - como é mais conhecido -, pedala pelo menos 100 quilômetros por semana. E os quilos? Mais de 20 se perderam entre subidas, descidas, selfs e postagens em cenários impagáveis.
“As pedalas me deixaram até mais divertido com meus familiares, com um sono mais profundo, agradável e merecido”, sorri.
Para o casal Adriane, 40 e Ismael Rosada, 44, os passeios de bicicleta foram um atalho ao coração. Tanto no sentido físico como no mais belos deles: o amor.
O futebol, uma vez por semana, fazia mais mal do que bem. Além de chutar a bola para escanteio, pegou sua bike e estreitou a relação. “Ando há 4 meses. Sem fazer muita força emagreci oito quilos, diminui a dosagem do remédio para pressão arterial em 50% e passo mais tempo com a minha esposa. Conversamos muito durante as pedaladas. É muito gratificante”, orgulha-se.
Ismael conta que em princípio não queria que a mulher fosse pedalar, com o tempo decidiu aceitar um convite e, se certificar de como eram estas aventuras campestres. Na primeira vez foi um pouco desconfiado, acabou sendo bem acolhido e agora, faz de tudo para convencer casais amigos a aderirem aos pedais.
“Fazemos percursos mais expressivos, 30, 40, 50, até 60 quilômetros. A companhia é agradável e o contato com a natureza é um show à parte. Não troco a bike por nenhum outro esporte”, garante.
Silvano Bertinoti, 37, chegou a representar a região em campeonatos de tênis de mesa, mas nos últimos seis meses as raquetes e a frenética bolinha têm perdido para a bicicleta em sua escala de preferências.
Bertinoti chegou a morar na Itália onde o uso de bicicletas é incentivado e as ciclovias são disputadas. “Na Europa andava muito de bike. Quando voltei para o Brasil a esqueci e, recentemente, a reencontrei como forma de lazer”, define.
O ciclista conta que foi convidado a pedalar por um amigo, convidou outros e hoje administra um grupo de WhatsApp com quase 30 integrantes. A plataforma é usada para marcar rotas e combinar participação nos mais diversos eventos da categoria. “Nossos pedais já chegaram a ter quase 50 participantes. É pura diversão, resenha e amizade... Tudo isso emoldurado por paisagens extravagantes”, compara.
Depoimentos e palavras que só reforçam a certeza de que o brinquedo predileto das décadas de 80 e 90, voltaram com tudo para fazer a alegria daquelas pessoas, hoje com um pouquinho mais de idade, mas que sentem-se como crianças diante do bom e velho pedal.
Fonte: www.ilustrado.com.br
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