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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cicloturismo não tem idade – conheça o Zé Fevereiro

 Muita gente tem vontade de viajar de bicicleta, mas quando pensa em colocar o sonho em prática, arruma mil desculpas. Falta de tempo, de dinheiro, de preparo físico ou de técnica, e tantas outras.

Tudo conversa de preguiçoso. Uma viagem de bike é barata (combustível? revisão na concessionária? pedágio? que nada!), pode ser curta (um final de semana, um feriado prolongado…) e pode nem exigir um condicionamento físico primoroso (uma ida ali até a cidade vizinha, ou uma descida pro litoral, por exemplo).

Tem até gente que, do alto dos seus quarenta e poucos anos, acha que já está velho demais pra isso…

Mas se tem uma coisa que não serve de desculpa para deixar de encarar uma estrada ou trilha pedalando, é idade, como prova José Luiz Fevereiro, o Zé Fevereiro, um senhor de 67 anos que é praticante ativo de cicloturismo e tem uma história riquíssima de viagens de bicicleta e outras aventuras.


No currículo, travessias pelos Andes e viagens pela Europa – a última delas no roteiro da Via Claudia Augusta, incluindo trilhas na Alemanha, Áustria , Suíça e Itália.

No Brasil, possui um portfólio invejável em seu GPS, tendo realizado diversos pedais exploratórios pelo interior de São Paulo.

Hoje em dia, pedala toda terça e quinta pela Serra da Cantareira e, nos finais de semana, vai para Mairiporã auxiliar os menos experientes a pedalar com o pessoal da Tribo do Pedal Selvagem.
E às vezes ainda encara algumas competições, como o Big Biker.

Além do ciclismo, já praticou Kung Fu e foi velejador, e hoje pratica Tai Chi Chuan.
Sem dúvida, uma inspiração pra muita gente.

Uma viagem que deixou saudade, ele conta, foram 510 km de pedal com amigos durante 9 dias, saindo de Taubaté, passando por Campos de Jordão, Monteiro Lobato, Marmelópolis, Passa Quatro, cruzando novamente a Dutra em Cruzeiro, atravessando a serra da Bocaina, Campos de Cunha, Cunha e retornando a Taubaté.
Outra viagem inesquecível foi pelos Andes, com duas travessias de fronteira entre a Argentina e o Chile.
A primeira, na companhia de outros 9 brasileiros e 10 argentinos, com equipe de apoio, saindo de Chos Malal, do lado argentino, e seguindo por 280km até Los Angeles, em terras chilenas – um percurso marcado pelo visual de vulcões com os picos nevados, lagos de cor azul clara formados pela neve derretida das montanhas e travessia de rios de águas cristalinas e geladas.

Depois, acompanhado apenas pelo amigo Silas Guerriero e com todo o equipamento carregado nas duas bicicletas, atravessou a cordilheira de volta, passando pela região do lagos, saindo de Puerto Montt até chegar em Bariloche – uma viagem cheia de belos cenários e surpresas, ao longo de 750km, percorridos em 15 dias.

Logo no início do percurso, passaram pela cidade de Puerto Varas, na beira do lago Llanquihue e próximo ao vulcão Osorno, que os dois subiram e de onde puderam apreciar um visual fantástico. Depois, atravessaram de barco outros lagos aonde o vulcão aparecia refletido em suas águas. Em Bariloche, visitaram os montes mais altos. Em um deles, podiam subir de teleférico e descer de bicicleta por trilhas que no inverno só se desce de esqui. Outro, o Cerro Tronador – segundo ele o mais bonito, com neve nos picos -, rugia como um trovão (um barulho causado pela neve que despenda dos pontos mais altos). No parque, cascatas formadas pelo derretimento da neve se transformavam em pequenas nuvens de chuva gelada quando o vento soprava mais forte.

No vídeo, uma pequena amostra dessa viagem:



Quem quiser conhecer um pouco mais das peripécias do Zé Fevereiro, é só conferir sua página no youtube, cheia de vídeos de suas viagens de bike.

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