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domingo, 18 de dezembro de 2016

De obesos a atletas do ciclismo, como emagrecer em família

Pai, mãe e filho perdem 72 kg juntos e descobrem na bicicleta uma forma de união, lazer e busca por novos objetivos.

Foto: Arquivo Pessoal / Reinaldo, Maria Luiza e Matheus
Emagrecer pode ser difícil. Mas em família, o desafio compartilhado se torna mais facilmente superável. A história do casal Reinaldo e Maria Luiza e o filho Matheus Vinícius, de São José dos Campos – SP, mostra isto. Juntos, eles perderam 72 kg! Com musculação, reeducação alimentar e muita bicicleta, Reinaldo foi de 127 kg em 2013 para 92 kg atualmente; Maria Luiza estava com 76 kg e agora está com 55 kg; e Matheus tinha 89 kg e hoje está com 73 kg.

A bicicleta foi uma das ferramentas que melhor se adaptou ao perfil dos integrantes da família. Primeiro porque Reinaldo já gostava de pedalar, e segundo “porque quando se está obeso, as atividades aeróbicas são mais difíceis de serem realizadas devido ao impacto nos joelhos, algo que é minimizado na bike. No começo treinávamos na academia, depois compramos uma, duas, três bicicletas... Hoje treinamos de speed e mountain bike”, afirmam. Agora, são eles que incentivam outras pessoas a perderem peso, através do perfil @emagrecer_emfamilia, que criaram nas redes sociais Instagram e Facebook. É uma via de mão dupla, segundo Malu: “foi bom criar o perfil porque, quando há pessoas te seguindo e te vendo, você tem a responsabilidade de mostrar a sua evolução e cumprir com os seus objetivos”.

O início

Malu diz que quem tomou a iniciativa de praticar exercícios foi o marido. Ele começou a fazer academia e emagrecer, e quando os resultados começaram a aparecer ela resolveu entrar também. Após um ano de academia, foi a vez de inscrever o filho. Mas como estavam todos muito acima do peso e necessitando praticar exercícios aeróbicos, optaram por fazer a bicicleta na academia mesmo. No início de 2014, então, Reinaldo comprou uma mountain bike para pedalar nas trilhas, porque ele achava chato fazer bicicleta na academia.

“Ele começou a andar com um pessoal do trabalho e passou a ir todos os finais de semana pedalar”, lembra Malu, “e eu implicava com ele – acho que a maioria das esposas implica com o marido que anda de bici todo final de semana. Foi aí que ele comprou uma bike para mim. Comecei a andar com eles, mas eu era a única mulher. Eu não conseguia acompanhar, então, eles ficavam me esperando em alguns pontos. Quando eu os alcançava e achava que iria descansar... Que nada! Eles já saíam pedalando novamente. Todas as vezes eu repetia para mim mesma: ‘eu não vou mais, não aguento’. Chegava a chorar sozinha e pensava: ‘no próximo fim de semana eu não vou mais’, mas acabava indo. Hoje, vejo que aquilo foi bom para mim, pois consegui evoluir muito tentando acompanhar os meninos”.

Com Matheus foi a mesma coisa. Ele via a mãe e o pai pedalando e logo quis uma bicicleta também. E lá foi o filho, passar pelas mesmas fases que a mãe.

Obstáculos

Quando questionados sobre os principais obstáculos que enfrentaram nessa mudança de hábitos e inclusão da bicicleta na rotina familiar, eles levantaram os seguintes pontos:

Físico: “a principal dificuldade foi mesmo o peso, porque a gente não conseguia acompanhar os mais magrinhos. Tínhamos que descer da bicicleta para subir alguns morros, mas começamos aos poucos e fomos evoluindo devagar”.


Financeiro: “infelizmente, o ciclismo é um esporte caro. A bicicleta, os equipamentos de segurança, roupa, sapatilha etc. Em 2015, Reinaldo começou a treinar mais forte e participar de alguns campeonatos, mas para ganhar condicionamento e treinar melhor, ele resolveu treinar de speed, e todos nós começamos a treinar de speed. Para você ter uma ideia, vendemos um carro antigo para comprar três bicicletas speed, para que pudéssemos treinar”.

Fomento à bicicleta: “além de faltar respeito no trânsito, com alguns motoristas não respeitando o ciclista, também falta muito incentivo governamental em formar atletas da categoria de base. Outra questão é a dificuldade de conseguir patrocínio. Matheus irá em 2017 para a Itália fazer um intercâmbio de 45 dias para treinar e competir por lá, com o objetivo de adquirir experiência e melhorar seu desempenho, porém, até agora não conseguimos nenhuma ajuda para ele”.

Resultados e benefícios

O envolvimento com a bicicleta levou Matheus a treinar no Clube de Ciclismo de São José dos Campos, desde março de 2016. Ele faz parte do projeto Atleta Cidadão e vem conseguindo resultados nas competições que participa. Reinaldo também participa de eventos, como XTerra Paraty e 6 Horas de São José dos Campos. E Malu ficou em quinto lugar no Campeonato 4Seasons, em Santa Branca - SP, no Vale do Paraíba.


Mas o principal benefício, segundo a família, “é a nossa saúde, disposição e autoestima muito melhores. Até nas férias adotamos a bicicleta como meio de transporte para ir às praias, além de conhecer lugares diferentes, onde os carros não chegam. Podemos eliminar as calorias a mais e fazer aquilo que gostamos. Nossa família ficou muito mais unida também. Quando um está desanimado o outro puxa, e todos têm o mesmo foco, o que torna mais fácil atingir o objetivo”. E é assim, com união, saúde e pedaladas, que Reinaldo, Malu e Matheus esperam conseguir motivar mais pessoas e famílias a praticarem atividade física, alcançarem novos objetivos e curtirem a companhia dos seus. Vamos seguir o exemplo?

Fonte: Revista Bicicleta por Anderson Ricardo Schörner

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