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terça-feira, 5 de junho de 2012

Professor de Direito troca carro por bicicleta, perde 10 kg e ganha tempo e humor

Paulistanos procuram meios alternativos para se livrar do trânsito e da vida sedentária

andrea
Publicitária Andréa Tolaini, 26 anos, começou a se venturar
 no mundo das bicicletas há apenas três meses
Há dez anos, o professor de Direito Odir Zuge Junior resolveu mudar totalmente seu estilo de vida. Hipertenso e estressado por ter que enfrentar todos os dias o caótico trânsito de São Paulo, ele trocou o carro por uma bicicleta e, segundo ele, só colheu bons frutos com a mudança. Assim como Zuge, muitos paulistanos desistiram dos carros e aderiram às bicicletas e o transporte público como meio de transporte.

- Tive carro durante pouco tempo e não gostei nem um pouco da experiência. Era muito estressante e, na época, descobri que estava hipertenso. Com a bicicleta, eu ganhei tempo na minha agenda e saúde. Nesse período todo já emagreci 10 kg. Sou o único que chega bem-humorado todos os dias no trabalho e aumentei minha produtividade.

Morador do bairro do Tremembé, na zona norte, o professor conta que todas suas atividades são feitas com ajuda das pedaladas. De casa para o trabalho, no Tietê, também na zona norte, ele gasta 10 km para ir, 10 km para voltar e gasta de 45 a 50 minutos neste trajeto.

- Esse tempo que gasto no trajeto de bicicleta é imbatível. Com transporte público e carro gasto mais do que isso. O tempo pedalando só seria superado se eu fosse de helicóptero [risos]. Só para ir ao trabalho percorro 100 km na semana, mas nos sete dias, ando cerca de 500 km.

Além da preocupação com a saúde que a administradora de empresas Natalie Maria Gonçalves, 33 anos, também tinha, ela diz que apostou na bicicleta e no transporte coletivo para se livrar dos “gastos do carro”. Em três anos em que ela apostou nesta alternativa de vida, ela contou que poupou dinheiro e ganhou em qualidade de vida.

- Cheguei a ter um carro, mas ele ficava parado me dando gastos e estragando na garagem [risos]. Moro 6 km do trabalho, então prefiro ir para lá de bike, a pé ou de ônibus. Dependendo do que tenho que fazer, pego táxi ou carona. O pessoal acha que carro resolve a vida, mas só ganha dívida e ainda não consegue se locomover. Tenho amigos que demoraram 15 minutos só para conseguir sair da garagem por causa do trânsito na porta do prédio [risos].

Sempre há tempo

Diferente de Zuge e Natalie, a publicitária Andréa Tolaini, 26 anos, começou a se aventurar no mundo das bicicletas e do transporte público há apenas três meses e ainda não conseguiu se livrar definitivamente do carro.

- Digamos que estou no processo, pois ainda uso o carro duas vezes na semana para trabalhar porque faço um curso e fico fora de casa até depois das 22h [hora que fecha o bicicletário]. Mas pretendo vendê-lo sim. Esses três meses já fez muita diferença. Chego alegre no trabalho. Hoje vejo as flores, as árvores, cumprimento as pessoas; é realmente uma mudança de vida.

Andrea, que mora a 6 km da estação Butantã do metrô, na zona oeste, anda de sua casa até o local por meia hora e depois, toma o trem até a Sumaré, também na zona oeste.

Dificuldades

Andar pela cidade de São Paulo, a pé e principalmente de bicicleta não é considerada uma tarefa fácil. Experiente neste assunto, Zuge disse que desenvolveu “tática” para se precaver no trânsito.

- Sigo as regras de trânsito, procuro andar como uma árvore de natal. Ando de colete vermelho, capacete colorido e uso luzes na bicicleta.

Para Natalie, uma das soluções para diminuir o medo que os ciclistas e os pedestres sentem de andar nas ruas é “força política”.

- A cidade cresceu muito rápido e não foram feitas ciclovias necessárias, o transporte público é precário. Os ônibus são horríveis e sempre lotados e ainda preciso pagar R$ 3 por um bilhete. Eles que chegam suados e amassados, porque eu de bicicleta chego bem arrumadinha [risos].

andrea
Andrea guarda a bicicleta na estação do metro
e segue de trem para o trabalho - Foto: Daia Oliver/R7
Do R7

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