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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cicloturismo: Qual a Melhor Bicicleta para o Cicloturismo?


É difícil precisar quando surgiu o cicloturismo, afinal seu conceito ainda não é pacífico. Para mim, ele surgiu junto com as primeiras bicicletas, quando em 1818, o barão alemão Karl Friederich Von Drais, inventor de uma das precursoras da bicicleta, moveu-se com seu artefato conhecido como “draisiana” de Beaun a Dijon, na França (pouco mais de 50 km). A draisiana ainda não tinha pedais, mas já tinha dirigibilidade, e significou uma grande evolução se comparada com o antecessor, o celerífero, propiciando a locomoção em uma distância já bem razoável.B

As bicicletas de cicloturismo também evoluíram durante a história, e geralmente derivaram dos modelos que existiam na época desta ou daquela viagem. Como constante, temos sempre um quadro longo com um grande ângulo de caster (proporcionado pela maior inclinação do garfo), que lhe confere estabilidade. O quadro deve possuir vários pontos para fixação de bagageiros e caramalholas, e manter a postura do cicloturista tanto quanto possível ereta, apropriada à apreciação da paisagem, ou seja, muito parecida com aquelas velhas bikes de nossos avós.

Para grandes viagens, o melhor material é o cromo-molibdênio: uma liga muito forte utilizada em ponta de escavadeira e na produção de armas de fogo. Com ele, os tubos podem ser bem finos e quase tão leves como os de alumínio, com a vantagem de serem facilmente soldados em caso de quebra.

Sou de um tempo em que a gente simplesmente ganhava a bicicleta que costumava ser do irmão mais velho, entretanto, sempre tive como ideal uma bicicleta feita sob medida. Imaginava que poderia tomar as medidas de todas as partes de meu corpo, depois fazer incríveis cálculos matemáticos e obter as medidas de um quadro ideal para mim.

Acredito que tudo isto não faça parte da realidade da maioria absoluta das pessoas, especialmente em nosso país, onde não é fácil encontrar uma bicicleta de cromo-molibdênio. Na volta ao mundo utilizei uma assim, mas desde então tenho utilizado boas bicicletas de alumínio sem nenhum problema.

Quando busco um quadro com vários pontos para fixação, é sempre mais fácil encontrar esta característica em bicicletas de menor valor agregado, o que mais uma vez é uma vantagem, afinal, a melhor bicicleta é aquela que nunca vai me dar medo de viajar com ela.

Com toda a diversidade do moderno capitalismo globalizado, quando chego a uma loja boa e especializada, mesmo as marcas mais famosas só oferecem quadros a cada duas polegadas (16, 18 ou 20), quando deveria ser a cada meia polegada. Ao observarmos bem o que isto significa, vemos que este tamanho se refere, praticamente, à barra onde está o canote de selim (tubo de selim), o que não muda muito a geometria da bicicleta como um todo.

Na verdade, bicicletas específicas de cicloturismo são raras em todo o mundo, e justamente por isto, acabam deixando de ser as melhores para cicloturismo.

Atualmente, a maioria dos cicloturistas utilizam bicicletas de montanha tendo em vista sua resistência, diversidade de oferta e facilidade para encontrar peças de reposição por todo o mundo.

Trocando algumas peças como o selim, canote de selim, mesa de guidão, guidão ou simplesmente levantando o bar-end, podemos conseguir a postura ideal para o nosso próprio estilo de pedalada; o mais difícil é achar uma bicicleta de montanha com quadro mais longo e estável. Mas para que?
A maior parte dos cicloturistas com quem converso pretende fazer viagens por caminhos de terra, que combina muito mais com um quadro de montanha que com um quadro clássico de cicloturismo.

Isto pode parecer bastante empírico, pouco técnico, talvez fosse melhor apresentar uma fórmula matemática para achar seu quadro ideal, mas eu não acredito nisto. Quando li o livro Programa de Treinamento do Lance Armstrong percebi que eu estava certo. Com todos os recursos e patrocínios, Lance menciona que teve que experimentar inúmeros guidões antes de escolher qual iria utilizar na competição. Ou seja, não há formulas, o certo é experimentar e decidir com sensibilidade.

Talvez a melhor bicicleta para começar a fazer cicloturismo seja aquela que você tem aí em casa:

- Mas ela é muito pesada.
Ótimo, assim já saberá o que é pedalar com peso.

- Mas ela está quebrada.
Ótimo, ela vai te ensinar como arrumar uma bicicleta; é importante saber isto para viajar.

- Mas ela está velha.
Ótimo, ela vai te ensinar a durabilidade das peças e que peças deve trocar primeiro; isto é muito importante para saber planejar e estar prevenido antes de atravessar uma região desolada.

O melhor de tudo é que com ela você já pode usar e aproveitar os benefícios de andar de bicicleta, ao mesmo tempo em que adquire experiência sobre o que é realmente vital em uma viagem de cicloturismo.

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