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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Entre casar ou comprar uma bicicleta, eles preferiram as duas opções

Somente neste caso a outra é bem-vinda. A fulana magrela fortalece a relação, aproxima os seres, cria cumplicidade e diverte os casais 


Foto: Monkeybusinessimages;
Atualmente, o desencontro de horários, o estresse do dia a dia, o acúmulo de trabalho, muitas responsabilidades, muito tempo no trânsito para aqueles que moram nos grandes centros, entre outros fatores, prejudicam sobremaneira a qualidade de vida e de convivência afetiva de milhões de casais.

Alguns se veem muito pouco, a convivência e comunicação muitas vezes dá-se por e-mails, torpedos e a distância vai crescendo. Expectativas são frustradas e o sentimento de culpa cada vez maior atormenta a vida em comum. Casais deixam de compartilhar e viver momentos preciosos da vida porque geralmente estão absorvidos pelas demandas e pressões familiares e profissionais.

Uma grande oportunidade para sair deste círculo vicioso é a adoção de uma prática esportiva em conjunto. Dar o primeiro passo pode parecer algo intransponível, mas é totalmente possível a partir do momento em que há planejamento e principalmente o desejo de realizar algo diferente, prazeroso, que quebre a rotina diária de infinitas responsabilidades e que traga uma dose de aventura e prazer a dois.

É importante estabelecer um objetivo. Por exemplo: participar de uma cicloviagem, de um passeio ciclístico ou até de uma competição. Além disto, o companheirismo, o desejo em comum e incentivo mútuo deve ser o mote da nova fase, para que ambos mantenham a motivação para se levantar da cama, pegar a magrela e sair pedalando em direção ao objetivo.

Sabemos que a prática de exercícios físicos traz benefícios hormonais, físicos e emocionais. Quando realizada com o parceiro aumenta ainda mais o prazer, a alegria, o relaxamento e a cumplicidade.

Para que o projeto dê certo, é importante que o casal compartilhe dos mesmos objetivos, como gostar de cuidar da aparência, da saúde física e emocional. Perceber que a atividade física deve ser encarada como uma excelente oportunidade para o fortalecimento da relação, desenvolvimento e conhecimento mútuo.

Eu e Marcello Ruivo nos conhecemos por causa da magrela. Estava ministrando uma palestra a respeito do projeto Ciclofemini. No final da palestra conversamos e o gosto mútuo pelo pedal ficou mais que evidente. Começamos a namorar e de lá para cá o nosso relacionamento se fortalece cada vez mais. No silêncio das pedaladas pelas trilhas a energia gerada entre nós dois dispensa quaisquer palavras, a cumplicidade cresce a cada quilômetro conquistado. Percebemos que pedalar juntos é um momento de grande riqueza, de autoconhecimento e conhecimento mútuo. Já estávamos todos os finais de semana fazendo passeios pelas trilhas, mas a nossa grande descoberta como parceiros de pedal foi quando resolvemos participar da primeira competição. Foi mágico, lideramos a competição o tempo todo, só nos últimos minutos acabei me cansando muito com o ritmo e mesmo assim conseguimos o pódio em terceiro lugar. Quando cruzamos a linha de chegada percebemos que o futuro dali para frente seria muito diferente, um futuro de vivência harmoniosa no giro dos pedais. Hoje, formamos a dupla Duorum Gaia e nosso objetivo é participar do Brasil Ride em setembro de 2012. No final de cada treino, mais que pernas fortalecidas, é a nossa relação que ganha fôlego e energia.

Outro exemplo de casal que pedala junto vem de Paula Miguel e José Carlos Alves, ambos corretores de seguro. Ele a inscreveu em um curso para aprender a pedalar, exatamente para poderem pedalar em família, já que têm um filho de seis anos e ele já pedalava com o pai. “Andar de bicicleta em família ajuda na cumplicidade do casal e um dos benefícios é o fortalecimento da união. Andar de bicicleta é uma experiência única, que todos deveriam passar pelo menos uma vez na vida, se puder andar com a família ou amigos melhor ainda!”, comenta Paula.

Luciana Amaral, historiadora, também teve a ajuda do marido, Fausto Mascia, professor universitário. Ele, que pedalava desde criança, tinha o desejo de que sua mulher o acompanhasse nos passeios. Hoje, os dois andam pela cidade nos passeios noturnos, conhecem lugares novos pedalando e também praticam uma atividade física juntos. Luciana recomenda: “vai pedalar, é muito gostoso aprender. Não é tão difícil, tenho 46 anos e aprendi. Fiquei muito emocionada porque todos dizem que essas coisas a gente aprende só quando criança. Mentira! Vai pedalar com o marido, porque futebol não dá para jogar junto, mas pedalar sim”.

Rosemary França Gonzales, técnica contábil, e Aparecido Joaquim Mendes, movimentador de materiais, pedalam juntos há seis anos, muito tempo de cumplicidade e companheirismo. Rosemary comenta que “pedalar junto só fortalece a relação do casal, pois não temos o problema de ter que sair correndo da trilha, como muitos amigos fazem. Até brincamos com eles que a 'maionese está azedando', pois as esposas ligam e ficam esperando, já que também têm seus horários e compromissos. Fazemos nossos pedais tranquilos, como marido, mulher e muito mais - como parceiros de bike, um incentivando o outro na hora da canseira”.

“O nosso projeto é difundir a bike como meio de transporte alternativo incentivando as pessoas”, comenta Aparecido, “pois aqui em Sorocaba temos 75 quilômetros de uma linda ciclovia que nos leva a toda a cidade. Mantemos um grupo, o Team C20 Bikers, que pedala todos os sábados. Nossos passeios são tranquilos, dizemos que é daqueles que dá para tirar muitas fotos. Fazemos todo ano uma cicloviagem longa nas férias”.

Segundo Rosemary, “é difícil explicar essa relação casal e bike. No nosso caso, aumentou o companheirismo e a solidariedade de apoiarmos um ao outro, como em casos de cicloviagens dificílimas em que um dá força ao outro e juntos conseguimos conquistar nosso sonho. Isso começa desde quando começamos a traçar nosso objetivo no papel até quando estamos lá e completamos o percurso. Ficamos muito mais unidos e felizes pela vitória do casal. Existe uma mágica ou química na prática do esporte que só sente quem faz. Praticando junto tudo fica completo”.

“Gostaríamos de deixar nosso conselho para que todo casal deixe o carro na garagem, pegue sua bike e saia para um pedal diferente, para sentir a força interior e também sentir o exterior: as belezas e riquezas naturais. Só fazendo para explicar e sentir o que o pedal nos traz de benefícios físico, mental e emocional. Por isso que somos tão felizes, marido e mulher amantes e parceiros na bike sempre”, finaliza Aparecido.

Fernando e Sinara, ambos empresários, pedalam juntos há sete meses. “Estávamos preocupados com a saúde e o bem-estar e à procura de uma atividade em conjunto que fosse saudável, prazerosa e que estivéssemos  em contato com a natureza. Resolvemos tirar a bicicleta da garagem, pois só ela poderia nos proporcionar estes benefícios. Além disso, os pedais em conjunto tem nos dado motivação mútua, companheirismo, segurança e diversão”, comenta Sinara. Fernando concorda e aconselha que “os casais jamais percam essa oportunidade única na vida, ou seja, manter a saúde física, mental e conjugal. A bicicleta aproxima os casais por causa do interesse em comum e da satisfação em dividir momentos prazerosos”.

Sinara diz que “há momentos na vida que nos fazem renascer e avistar novos horizontes, e esta nova e empolgante fase na nossa história se chama bicicleta! Torcemos para que estes momentos durem longos e longos anos. Por isso, recomendo a todos, perseverem, ousem, superem, pois é algo extremamente gratificante”.

“A prática do esporte e de uma atividade física em conjunto faz uma pausa na rotina e coloca o casal em sintonia para um objetivo em comum. Qualquer atividade pré-programada de interesse em comum pelo casal que demanda ajuda mútua tenderá a uni-los. O esporte em conjunto agrupa todos os itens de importância para preservar e fortalecer o relacionamento”, conclui Dra. Adriana de Araújo, psicóloga, especialista em programação neurolinguística, hipnose e autora de vários livros.

Fonte: Revista Bicicleta

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