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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pedalada defensiva: Dicas e estratégias para se manter seguro

Pedalar com segurança é muito mais do que simplesmente estar com o equipamento correto




 A bicicleta está cada vez mais presente no trânsito das cidades e é a opção de transporte de muita gente. A tendência é de que o número de ciclistas urbanos cresça muito nos próximos anos. É importante que todo ciclista conheça algumas técnicas defensivas que tornam a pedalada mais segura.
Pedalar com segurança é muito mais do que simplesmente estar com o equipamento correto. Usar o capacete é de vital importância, mas não é o equipamento que vai evitar acidentes. Pedalar defensivamente é uma questão de atitude que envolve uma série de estratégias para evitar situações de riscos. A ideia é diminuir as chances de se envolver em acidentes e usar as estatísticas a favor.
Vamos focar nos deslocamentos urbanos e nas pedaladas em estradas, que são os locais onde ocorrem a maior parte dos acidentes mais graves. A segurança em pedaladas de mountain bike será abordada em outra oportunidade.

O conceito da pedalada defensiva
Pedalar na defensiva exige que você mantenha todos os sentidos em alerta, em especial a audição e a visão. Antecipação é outro atributo que você precisa desenvolver. É necessário que você pedale concentrado e mantenha o olhar no trânsito à frente e esteja atento a tudo o que acontece ao seu redor. Treine olhar para trás – por cima dos ombros – com rapidez e memorizando e observando o trânsito em sua traseira. É importante ter o controle do que acontece ao seu redor.
Além de evitar cometer erros, é importante que você se antecipe aos erros dos outros. A maioria dos motoristas nunca foi ciclista e, portanto, pode cometer erros inocentes, mas que colocam sua vida em risco. Não podemos mudar o comportamento dos motoristas, mas devemos sempre estar atentos e preparados para uma reação evasiva.
ACIDENTES MAIS COMUNS
Segundo estudo dos órgãos de trânsito, 70% de todos os acidentes com ciclistas ocorrem em cruzamentos. Os mais comuns são:
Carros virando à esquerda cruzam a frente do ciclista que seguia reto;
Carros virando à direita após ultrapassar o ciclista, fechando sua frente;
Carros que invadem a preferencial, cruzando a frente do ciclista.
As situações acima acontecem quando os motoristas não veem ou avaliam incorretamente a velocidade do ciclista. Para minimizar estas situações críticas, o biker deve reduzir a velocidade, redobrar a atenção nos cruzamentos e estar pronto para frear.

Dicas para aumentar a segurança
Domínio
Se você é iniciante no pedal e acabou de adquirir uma bike, a dica é aprender a dominar seu novo veículo em ruas tranquilas, ciclovias ou em parques fechados ao trânsito. Aprenda a trocar marchas e desenvolva o equilíbrio. Aquela máxima sobre “andar de bicicleta a gente nunca esquece” é válida, mas é fundamental ter domínio sobre a bike antes de enfrentar o trânsito. É importante também estar em boa forma física se quiser se deslocar na cidade com mais facilidade e se mesclar ao trânsito como veremos a seguir.
Ouvidos em alerta
Use os ouvidos para monitorar o que acontece a sua volta. Atente para freadas, buzinas, carros se aproximando e outros sons. É uma péssima ideia pedalar no trânsito urbano usando headphones. A distração pode ser fatal.
Leis
Conheça e obedeça as leis. Conhecer o lado “ciclístico” do Código de Trânsito Brasileiro (CBT) é importante. Em 1997, o ciclista ganhou alguns direitos, a maioria deles ignorados pelos motoristas e também por boa parte de nós, ciclistas. Os artigos 58 e 59 do CBT estabelecem que a bicicleta deve rodar nas bordas da via, tendo preferência sobre veículos automotores, e deve circular na mesma mão dos carros (jamais na contramão, nunca na calçada). Mas isso é só o básico, é bom pesquisar e conhecer mais os direitos e deveres.
Planejamento
Se você pedala todos os dias para ir ao mesmo local (trabalho, academia, escola) crie uma rota que seja o mais segura possível, evitando as vias de trânsito pesado. O serviço gratuito do Google Maps (maps.google.com.br) é perfeito para se traçar rotas alternativas. Nem sempre esse caminho será o mais curto, mas deve ser necessariamente o mais seguro e tranquilo possível. Lembre-se que você pode desmontar e carregar a bike sobre passarelas, escadas, vielas e muitos outros locais que os carros não têm acesso e use essa facilidade a seu favor. Evite a todo custo transitar por avenidas e ruas por onde passam caminhões e ônibus, que vão disputar a faixa da direita com você.
Seja visto
Seja o mais visível possível no trânsito. Use roupas claras ou coloridas. Se pedalar à noite, use luzes na traseira e também na dianteira, além dos obrigatórios refletores na parte traseira, dianteira e nas laterais da bike. Vestir um colete de cor chamativa e com fitas reflexivas é uma ótima ideia. Eles podem ser adquiridos em lojas especializadas. Tons de amarelo, laranja e verde limão são as cores mais visíveis, segundo especialistas em segurança no trânsito. O capacete, além de proteger, também garante mais visibilidade.
Ângulos cegos
Evite os chamados ângulos cegos, aqueles que ficam encobertos e fora do campo de visão do motorista. Ao parar em um semáforo fechado, ocupe o centro da faixa, isto evita de você ficar espremido entre os automóveis e o meio-fio. Ao abrir o semáforo, pedale até ganhar velocidade e vá para o bordo direito novamente. Tenha cuidado especial com veículos longos – ônibus e caminhões – pois esses veículos têm muitos pontos cegos – especialmente do lado direito – e nem mesmo o mais atento dos motoristas será capaz de vê-lo.
Atitude
Pedale com cautela, mas com atitude. É muito importante que você se comporte e se inclua como parte do trânsito e nunca como um intruso. Lembre-se, sua bike é um veículo e tem todo o direito de transitar nas vias públicas (salvo quando há placas que indicam o contrário). De acordo com o CTB, o ciclista deve pedalar o mais próximo possível do lado direito do bordo da rua, mas isso não significa que temos que ficar escondidos.
Se você tiver uma atitude insegura e passiva pode acabar sendo espremido pelos carros. Pedalar defensivamente não significa pedalar timidamente. Siga o fluxo do trânsito, pedale com determinação e segurança. Assim, se estiver numa via preferencial, ao se aproximar de um cruzamento pedale com decisão para evitar que motoristas cruzem o seu caminho. Esteja pronto para frear caso isso aconteça.
FlexibilidadeEntretanto, ter atitude não significa ser um kamikaze no trânsito. Apesar de a lei garantir que temos o direito de preferência sobre automóveis, é necessário ter o discernimento de que a segurança e a integridade física vêm em primeiro lugar. No caso de uma colisão com um veículo, o ciclista sempre vai levar a pior. Portanto, mesmo tendo o direito de preferência num cruzamento, é melhor frear e ceder passagem a ser atropelado por um carro. Aliás, muitos motoristas podem cruzar seu caminho simplesmente por não avaliarem corretamente sua velocidade e não por maldade.
Sinalize
Faça uso dos sinais de braço para sinalizar aos motoristas suas intenções. Se precisar ultrapassar um veículo parado, olhe o trânsito atrás de você pelo retrovisor (obrigatório no novo Código de Trânsito Brasileiro), sinalize com o braço e após passar pelo veículo parado retorne imediatamente para o bordo direito da via. Sinalizar é também fundamental para indicar mudança de direção, basta esticar o braço e apontar a direção desejada. Faça movimentos assertivos e firmes para ganhar respeito dos motoristas.
Fila de carros
Redobre a atenção ao passar por filas de veículos parados e fique atento a portas se abrindo. Quando possível, transite um pouco mais para a esquerda deixando um espaço para uma possível manobra de emergência. Um macete é olhar pelo vidro traseiro dos automóveis para observar movimentos de pedestres e pessoas dentro de carros que possam abrir a porta.
Fique atento com automóveis saindo ou entrando de garagens, veículos dando marcha ré e pedestres distraídos. Pela lei, o uso de campainha é obrigatório, faça uso dela. Você também pode gritar ou assoviar para chamar a atenção de motoristas e pedestres.
Ciclistas de estrada devem tomar muita precaução ao se depararem com veículos parados no acostamento.
No caso de passar por veículos pesados, olhe para o retrovisor do motorista e observe seus movimentos. Velocidade moderada ainda é a melhor prevenção de acidentes nestes casos.
Ofuscamento
Pela manhã ou ao entardecer, se o sol estiver exatamente nas suas costas, esteja ciente de que o sol está ofuscando os motoristas que vêm no sentido contrário. Da mesma forma, se o sol está ofuscando seus olhos, o motorista atrás de você também tem a visão prejudicada pelo sol. Cuidado com essas condições e altere sua rota se necessário.

Buracos
Observar o caminho bem à frente é uma boa forma de evitar cair num buraco. Entretanto, quando for inevitável encarar um buraco, jamais desvie para o meio da rua bruscamente. Levante do selim, segure firmemente o guidão, dê uma puxada e tente saltar sobre ele.
Rotatórias
Dependendo do lugar no Brasil, as interseções em círculos recebem nomes curiosos como balões, trevos, queijos etc. Nesses cruzamentos complexos todo cuidado é pouco. Encarar uma rotatória urbana movimentada exige perícia e experiência do ciclista. Quando maior a rotatória maior o perigo. Tenha em mente que o motorista que estará preocupado em encontrar uma brecha no trânsito e pode não ver o ciclista. O ideal é transitar na rotatória na velocidade do fluxo do trânsito, sinalizando as intenções. Ciclistas iniciantes podem simplesmente desmontar e atravessar como um pedestre.
Gentileza gera gentileza
E, por fim, a dica é ser cortês e gentil no trânsito. A maioria dos motoristas está preocupada em obedecer as leis, quer ficar longe de acidentes e ninguém quer atropelar um ciclista de propósito. Agradeça com gestos quando motoristas lhe cederem passagem. Você é um representante de todos os ciclistas e, agindo com educação, ganhamos a simpatia dos motoristas e todos seremos beneficiados coletivamente.
Texto de Marcos Adami/Bikemagazine – Fotos de divulgação
Texto publicado com a autorização da Revista Bike Action

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