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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Menos impostos, mais bicicletas

Organização acredita que IPI zero pode aumentar a cultura da bicicleta entre os brasileiros

Se o ipi for abolido, teremos um aumento de 11% na venda de bicicletas - o que pode significar menos carros nas ruas, mais mobilidade e qualidade de vida.
Foto: Flickr/Glasseyes View/Creative Common
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O Brasil é o 3º maior produtor de bicicletas do mundo e, ao mesmo tempo, o 5º maior consumidor delas. No entanto, se analisarmos a distribuição per capita das bikes, caímos para 22º lugar. Tamanha disparidade, segundo a organização Bicicleta Para Todos, é devida à grande carga tributária aplicada nestes produtos, que deixa o seu preço inviável para boa parte da população. Para diminuir esses valores e estimular a ‘cultura da bicicleta’ entre os brasileiros, a instituição tenta abolir o IPI (imposto sobre produtos industrializados) sobre as bicicletas, que, hoje, é de 10%. Uma de suas ações é um abaixo-assinado no site Change Org., que já conta com quase 25 mil assinaturas. O objetivo é chegar até 100 mil no início de 2014.

A proposta é baseada em um estudo, feito pela agência Tendências de consultoria, que analisou as regras tributárias do setor de bicicleta e os fatores econômicos de sua distribuição. Suas conclusões indicam que, se o IPI fosse abolido, o Brasil teria um aumento de mais de 11% nas vendas das bicicletas. “Hoje o Brasil tem, comparativamente, a bicicleta mais cara do mundo. Nossa bicicleta para transporte consegue ser mais de 200% mais cara. E isto inviabiliza totalmente o pleno desenvolvimento da bicicleta no país”, afirma um dos criadores do Bicicleta para todos, Daniel Guth. Tendo em vista que 40% das pessoas que usam este meio de transporte ganham menos que R$1200 por mês, segundo o IBGE, a redução das tarifas pode estimular o consumo de bicicletas de melhor qualidade. “Fora o fato de que não há linha de crédito para financiar bicicletas”, exemplifica.

Apenas um dos (muitos) passos

Quando for concluído, o abaixo-assinado será impresso e anexado aos documentos que já estão no trâmite junto a projetos de lei que buscam a isenção do IPI em bicicletas. Afinal, a petição é apenas uma das estratégias usadas pelo Bicicleta Para Todos - além dela, os integrantes da organização se reúnem com as autoridades e fornecem dados (como o estudo citado acima) para a discussão de políticas e projetos. “Parlamentares, inclusive, têm assinado uma carta da rede Bicicleta para Todos, comprometendo-se com os pleitos e com o desenvolvimento da bicicleta no país”, conta Guth.

Da mesma forma que a petição é apenas uma estratégia para conseguir a isenção do IPI, a isenção é apenas uma das questões que precisa ser resolvida para popularizar o uso da bike. Outras propostas incluem o aumento das ciclovias, campanhas pelo respeito aos ciclistas no trânsito (o que passa também pelo fim da impunidade no trânsito) e por uma mudança na cadeia de consumo. “As facilidades para compra de automóveis e motos, os investimentos em infraestrutura viária para estes veículos motorizados, a descoberta do pré-sal, a subjugação ao modelo norte-americano de desenvolvimento urbanístico, a forte desigualdade social, todos estes são fatores que favorecem o endeusamento à cultura do status pela compra”, explica o fundador do Bicicleta Para Todos.

Novamente, volta-se à questão tributária. “Os impostos têm papel de destaque neste processo por melhorar as condições de quem já pedala no Brasil e daqueles que poderiam aderir a esse meio de transporte”, completa Guth, que afirma que sua ideia tem apoio das entidades ligadas à causa da mobilidade e também dos fabricantes e comerciantes de bicicletas.

Fonte: Revista Galileu

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