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sábado, 24 de dezembro de 2011

O Mito da Super-Ciclista

[Texto de Esther Sá]

Já contei um monte aqui sobre como foi aprender a andar de bike depois de adulta. Desde maio, ganhei uma cidade nova. Aprendi a respirar melhor, a ter mais força psicológica e física, criei coragem e, me tornei, de certa forma, Super. Assim como as mulheres que eu admiro. Notei que dizer para as pessoas do dia a dia que “eu pedalo para vir pra cá”, costuma gerar respostas que dão desde “Que Coragem!” até “Eu até queria, mas sou sedentárix/não tenho habilidade”…

Bem, que habilidade uma pessoa com apenas seis meses de prática, e NENHUMA experiência prévia na magrela haveria de ter?

Queridxs, eu mal sei subir e descer de guias de calçada. Às vezes (e não é raro) me canso em algumas ladeiras. Não sei fazer nenhuma manobra. Não me arrisco muito em corredores. Também sou horrível com mapas, e me perco com bastante facilidade. Hoje mesmo tropecei loucamente subindo a Avenida Rebouças, e, aos risos, me reequilibrei
para largar no farol verde.

Mesmo assim, pedalo ida e volta, para todos os lugares que vou. Mesmo grandes avenidas – no caso de eu não conhecer uma rota alternativa mais adequada – não mais me intimidam. Como? Bom, eu basicamente, não tenho vergonha. Cansei? Desloco-me para a calçada, e empurro a bici até recuperar o fôlego.

Me senti insegura com algum obstáculo? Sem pressa. Desvio, ou desmonto e empurro, sem crise. Pra mim que não vivenciei a bike desde pequena, os movimentos não são tão naturais, e, se não me sinto confortável, sem o menor pudor, simplesmente não me forço. É assim que quase 20 km diários se tornaram um prazer, entre ladeiras sofridas que, dia sim, dia não, são até divertidas e banais.

Então, é óbvio, admiro imensamente minhas companheiras de pedal, com suas manobras, track-stands, sprints e pernas de aço. Espero chegar ao nível delas algum dia! Contudo, do alto de minha franguísse, garanto de peito cheio: você também pode.

Não há topografia, fluxo de tráfego, maquiagem que derreta ou vestido que amasse que valha a pena nos desestimular verdadeiramente. Pedale com alguém. Solicite um bike- anjo. Converse com as meninas daqui!

O que eu ganhei em qualidade de vida nestes seis meses, não se deve a nenhum ímpeto super-heróico. É uma decisão consciente, que faz bem para mim, para a cidade e para o meio ambiente. Isso independe da capacidade do pulmão ou da habilidade com o guidão. Pedalar, meu bem, a gente faz com o coração.

Via: Pedalinas.org

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