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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Portland se reinventou ao deixar de priorizar o carro como meio principal de transporte
Tem gente que dá nome às suas bicicletas (né, Daniel Guth?), assim como tem gente que nomeia seus carros. E deveriam mesmo, pois a despesa que o automóvel dá, contando todos os custo envolvidos, é quase próximo ao custo de ser criar e educar uma criança!

Recentemente, vi num ótimo blog português, o Cenas a Pedal, um dado assustador: “As despesas associadas ao automóvel representam cerca de 18% do orçamento das famílias em Portugal”, segundo esta fonte. E isto são apenas as despesas associadas ao uso, as despesas com prestações da aquisição devem representar outro tanto…

Duvida? Faça as contas:
- Prestações mensais da aquisição
- Seguros
- Imposto Diversos
- Inspeções Periódicas Obrigatórias
- Combustível
- Manutenção & reparos
- Estacionamento
- Amortização*

* Os automóveis desvalorizam com o tempo. Esta fonte, por exemplo, refere uma desvalorização média de 12% ao ano. Isto significa que, ao fim de 8 anos, ninguém lhe dá nada pelo seu carro velho, e ao longo desses 8 anos você tem que poupar ou ganhar dinheiro suficiente para, no final, comprar um novo, substituindo assim o bem.

Alguém duvida deste custo? Não tenho este dado exato aqui no Brasil, mas conheço pessoas que gastam cerca de 40% de suas rendas com esses custos do automóvel! Quase metade do que ganham vai para sustentar a experiência de ficar parado em congestionamentos, poluindo o meio ambiente, e sofrendo para achar vagas para estacionar. Conheço casos de pessoas que gastam algo próximo a um salário mínimo mensalmente, apenas para estacionar seus carros…

Não é um contra-senso enorme? Até onde será que vamos para sustentar este modelo de transporte “falido” baseado no automóvel quase que exclusivamente?

Temos uma lista enorme de cidades que viveram uma situação semelhante a que estamos vivendo, só que a duas, três décadas atrás, e resolveram repensar e agir para evitar um futuro obscuro. Portland, nos Estados Unidos, é um exemplo disto. Convido o leitor a pesquisar os vários documentários disponíveis na net a respeito destas cidades.

Este mesmo blog português propõe algumas saídas para reverter esta situação, porém são todas pessoais, ou seja, não contemplam o poder público. Acredito que uma solução mais consistente para esta questão, principalmente em se tratando de grandes centros urbanos, necessariamente tem que envolver políticas públicas e (muita) boa vontade.

A seguir, as propostas do blog:

Como poupar dinheiro quando o assunto é o automóvel? Listamos duas hipóteses:
- Venda-o (se houver mais que 1 carro na família, pelo menos venda os outros);
- Use-o menos. Use-o melhor.

Mas que alternativas há?
Se o carro é a sua primeira ou única escolha para todos os seus deslocamentos, independentemente da distância, do propósito, e do contexto, você está fazendo uma utilização pouco criteriosa dos seus recursos. Você é um utilizador monomodal (recorre apenas a 1 forma de transporte), e assim as ineficiências serão muitas. Torne-se multimodal e intermodal.

Intermodalidade: conjugar diferentes meios de transporte numa mesma viagem, como por exemplo usar mais de um meio de transporte para ir de Santo André, no ABC, a São Paulo, região da Avenida Paulista:
- vou de carro até o metro Imigrantes, pego o metrô até a estação Trianon-Masp, e depois vou a pé até o meu destino final.

Multimodalidade: seleccionar um meio de transporte diferente para cada tipo de viagem, de acordo com as características de cada uma. Exemplos:

- para ir ao supermercado comprar pão e fruta, vou a pé;
- para ir para o trabalho todos os dias vou de ônibus/metrô ou bicicleta;
- para ir com o meu filho ao parque, vou de bicicleta;
- para ir visitar meus pais, em outra cidade, com a família, vou de carro.
- E por aí vai…

Assim, nós convidamos você a deixar de comer seu tradicional bife com batatas fritas a todas as refeições, todos os dias e rever seu menu. No caso, o menu da mobilidade é muito mais variado. Você pode:

- andar a pé
- andar a pé com acessórios (skate, patinete, patins,…)
- usar a bicicleta (normal, dobrável, eléctrica, triciclo, com reboque, de carga, etc)
- usar o transporte público coletivo (ônibus, metro, trem, barco, balsa, etc)
- transporte público individual (táxi, carsharing, bikesharing)
- motocicleta (apesar de eu, particularmente, achar o uso da moto no trânsito de São Paulo quase inviável….)
- automóvel (particular, em regime de carsharing, em regime de carpooling, ou mesmo alugado)

Relativo aos seus compromissos e necessidades, você pode ainda utilizar:
- mobilidade delegada: entregas ao domicílio, por exemplo.
- mobilidade evitada: teletrabalho, videoconferência, videochamada, etc

Finalizando com esta analogia, uma dieta saudável e sustentável inclui uma mistura criteriosa de alimentos. Com relação à nossa mobilidade, e principalmente à nossa economia (ou alguém acha que o preço dos combustíveis está barato?) o uso e mistura de todos estes elementos expostos acima, de acordo com as nossas necessidades diárias, produz o mesmo efeito saudável e sustentável, sendo que o andar a pé deverá fazer parte, pelo menos parcialmente, de todos os nossos deslocamentos cotidianos por questões de saúde, bem-estar, socialização e cidadania

Fonte: Eu vou de Bike

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