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terça-feira, 2 de abril de 2013

Avaliação física e o sucesso no ciclismo

Analisar dados e respeitar o descanso são pontos fundamentais

Todo ciclista já sentiu na pele a perda de condicionamento físico quando volta a pedalar ou quando está treinando menos do que o habitual. O desempenho pode ser avaliado por meio de um teste fisiológico, no pedal com os amigos ou num contra relógio em subida, plano e terreno variado. Medir e comparar a velocidade ou potência em dias diferentes é uma maneira de verificar se houve perdas ou ganhos no rendimento. Independente de ser um atleta profissional ou amador é preciso avaliar para saber se os objetivos estão sendo atingidos. Fisiologistas do exercício buscam medir dentro e fora do laboratório as variáveis que reflitam a capacidade de uma pessoa destacar-se em eventos esportivos.


Alguns testes proporcionam dados que podem ser utilizados por treinadores e atletas para monitorar e desenvolver o treinamento de forma individualizada. Treinar na frequência cardíaca e potência corretas é a chave do sucesso no ciclismo. Cada uma das intensidades tem uma função que levará a transformações importantes no organismo, tal como aumento na irrigação da musculatura, elevação da produção de energia (ou potência), melhora no transporte e utilização do oxigênio, melhora da contração muscular e da própria performance.

Recuperação correta para evitar Overtrainning

O tempo de recuperação de um pedal forte ou de uma sequencia de treino também pode variar entre as pessoas e treinar forte quando está muito cansado pode ser negativo. A avaliação do rendimento permite também monitorar o excesso de treino e encontrar os períodos ideais de recuperação entre as fases do treinamento, sem que haja acúmulo de fadiga. O overtrainning é uma condição extrema de cansaço e a queda de performance por períodos prolongados (dias) é uma maneira efetiva de verificar se está treinando demais. Testes psicológicos também podem auxiliar na detecção do excesso de treino. As alterações de humor e perda de motivação podem ser vistos como sinais de cansaço excessivo causado pelo treinamento ou falta de recuperação.

Existem testes padronizados para serem feitos em campo ou numa clínica. Os testes em campo são mais baratos, viáveis e o próprio ciclista e treinador pode fazer no local de treino. O ponto negativo desse tipo de avaliação são os efeitos do clima, principalmente o calor, vento e umidade relativa do ar que podem influenciar os resultados. No laboratório essas condições são mais controladas e os dados como a potência aeróbia máxima, resistência e capacidade aeróbia são medidos e utilizados para o treinamento. Nos testes em campo é preciso escolher a duração certa do esforço para avaliar a demanda física da prova ou do pedal que deseja fazer com os amigos. Cada teste tem um objetivo principal.

Encontrando o VO2max e Frequencia Cardiaca Maxima


Quando é para encontrar a frequência cardíaca máxima e a potência aeróbia máxima (ou potência no VO2max), o contra relógio de 5min em subida é uma boa opção. Os valores encontrados nesse teste podem ser utilizados para criar as zonas de potência e as frequências cardíacas de treinamento. O teste de contra relógio de 60min permite estimar a mais alta potência em que a produção de lactato atinge seu maior valor sem se acumular no sangue. O nome para esse dado fisiológico é máxima fase estável do lactato sanguíneo.

O lactato é um marcador de intensidade e quando em excesso na corrente sanguínea o exercício se torna cada vez mais severo e a exaustão pode acontecer rapidamente. Ciclistas que demonstram alta potência na máxima fase estável terão mais rendimento em provas de 30min a 2h e meia. Vale ressaltar que a escolha do tempo do teste deve ser próximo à duração da prova, é obvio que fazer um esforço máximo de 1min não será efetivo para avaliar o desempenho em provas mais longas, acima de 30min.

Avaliar na hora certa e não em excesso

Alguns momentos são cruciais para avaliar o rendimento, no inicio da temporada, logo após o período de base e também no específico. Cada fase vai promover adaptações diferentes. Por exemplo, no fim da base é importante verificar se a queima máxima de gorduras (ou limiar de lactato) e o VO2max foram desenvolvidos. Por outro lado, avaliar muitas vezes ao ano e de forma excessiva para verificar os efeitos do treinamento não é aconselhável, pois pode atrapalhar a periodização e não permite que haja recuperação entre os ciclos de treino.

Preste atenção no rendimento no dia a dia e terá uma boa ideia se está treinando certo ou em excesso. Quando perceber que está pedalando melhor, uma boa dose de satisfação e confiança acaba acontecendo. Esse fortalecimento psicológico motiva a seguir em frente e continuar treinando. Identifique o excesso de treino, pois pode provocar desânimo, aumento de infecções respiratórias, queda de desempenho e alguns casos abandono do esporte. Fique atento e bons treinos!

Autor: Cadu Polazzo - Mestre em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo. É treinador dos principais atletas do ranking nacional.

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