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quarta-feira, 26 de março de 2014

Publicitário de Porto Alegre cria bicicleta aquática para pedalar no Guaíba

Na orla de Ipanema, Dayan Golanski chama a atenção com o novo invento

Inventor já testou a bicicleta pelo menos três vezes e ainda estuda algumas alterações
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Aos 14 anos, Dayan Golanski não conseguia ligar e desligar o videocassete do quarto com o controle remoto. É que o aparelho ficava de lado e, do ângulo que estava sua cama, o infravermelho do comando à distância não alcançava o visor da máquina. Isso até o dia que o menino venceu o obstáculo eletrônico com a mesma facilidade que concluiria um jogo de videogame: instalou um pequeno rolo de papel alumínio sobre o topo do controle, e o material metalizado passou a refletir o raio. Depois da descoberta, nunca mais precisou se levantar para fazer rodar a fita favorita.

Essa foi uma das primeiras invenções do homem que hoje se autodefine um verdadeiro professor Pardal. Como o personagem criado por Walt Disney, reserva o gosto pelas invenções — apesar de as criações do morador de Ipanema terem mais sucesso do que as desastradas tentativas do amigo do Pato Donald.

Publicitário por formação, mas cantor, intérprete e engenheiro por vocação, Dayan enumera as criações recém instaladas na residência onde vive há quatro meses: uma gaveta para colocar o lixo na rua, uma churrasqueira com abertura para dentro e fora da casa e uma câmera de vigilância instalada em uma árvore com visão 360º, a qual acessa pelo celular. Agora, a nova invenção extrapolou os limites do alto muro do lar que acaba de construir e ganhou as águas do Guaíba: uma bicicleta aquática.

Ainda considerada um protótipo, a magrela foi moldada durante o feriadão de Carnaval e, depois disso, testada na praia de Ipanema pelo menos três vezes. A engenhoca funciona assim: dois blocos de isopor fazem as vezes de flutuadores, nos quais é acoplada a bicicleta. Automaticamente ao ser encaixado, o pedal toca em uma roda que faz girar uma hélice. Com as engrenagens instaladas, a cada pedalada, o catamarã de isopor se movimenta.
— Já tinha a ideia de fazer uma bicicleta que andasse na água desde criança, afinal o rendimento de um pedalinho é frustrante. Claro que eu não tinha conhecimento para isso e nem mesmo ferramentas, mas depois que me mudei para perto do Guaíba, resolvi retomar o projeto — conta Dayan.
O publicitário reconhece que a criação ainda necessita de ajustes para melhorar a velocidade de uso. Ele pretende pôr botes no lugar dos isopores, que deixarão o veículo mais ágil, por exemplo. Apesar de ter feito todos os testes bem cedo pela manhã, Dayan já chamou a atenção de quem circula logo ao amanhecer pela orla. Questionado sobre uma possível venda do produto, ele garante que a invenção tem por objetivo apenas o uso próprio — um incentivo para a prática de exercícios, que considera tão penosa —, mas já visualiza uma possível finalidade:
— Quero que dê certo porque tenho vontade que as pessoas enxerguem mais o Guaíba como um espaço de lazer e esporte. Tenho a ideia de, no futuro, engajar- me em campanhas que valorizem isso, para evitar a bagunça que toma conta de Ipanema nos finais de semana. Quero que o pessoal se dê conta que o lugar é para isso, e não para incomodar os moradores com o som.

Ligado ao movimento Ipanema, Eu Moro, Eu Cuido, o idealizador da bicicleta aquática considera o barulho dos finais de semana o pior problema da região. Ex- morador do Cristal, Dayan se mudou para Ipanema com a mulher, Calinca Boniatti, na casa que ele mesmo desenhou em um software pela internet, sem ter cursado uma aula sequer de arquitetura. Escondida em uma esquina e protegida por uma grande figueira que cobre parte do terreno, a residência do casal ainda ganha os últimos retoques, mas impressiona pelos detalhes: uma claraboia que dispensa o uso da energia elétrica durante o dia, painéis de energia solar no telhado e, claro, a bela vista para o Guaíba que se sobressai do terraço.

De certa forma, para Dayan e Calinca, a ida para Ipanema simbolizou um retorno ao início do relacionamento, há nove anos: foi no final da rua onde moram que estacionaram o carro para namorar no primeiro encontro. Agora, é lá que constroem seu lar — e suas engenhocas.

Fonte: Zero Hora

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