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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Bikes Femininas - Ciência ou marketing?

Roberta Stopa usa bikes femininas
Foto: Pedro Cury
Bicicletas específicas para mulheres não são uma novidade no mercado. Marcas nacionais e internacionais sempre ofereceram a tradicional bike rosa com cestinha. Porém, uma bike feminina deve ser apenas uma bike masculina pintada de rosa?

Com a evolução tecnológica das bicicletas e mais e mais mulheres levando a bike a sério como esporte e também em caráter competitivo, foram surgindo os problemas e oportunidades de melhorias. Nas bikes de passeio, além da cor e cestinha, a única mudança realmente funcional estava no tubo superior, que diferente das bikes masculinas, seguem uma linha quase paralela ao tubo inferior, encontrando o tubo do selim muito mais embaixo. Isso ajuda as mulheres a subirem na bicicleta com mais facilidade, assim como pedalar com saia ou vestido. Porém, isso enfraquece o quadro para uso esportivo, compromete a geometria e não resolve todos os problemas.

Mulheres que querem ir além do passeio na ciclovia no domingo precisam de uma bike que realmente se adequem ao corpo. Se tantos estudos e tecnologias foram criadas para o homem e são tão levadas à sério, porque deveria ser diferente para as mulheres? Em geral, o corpo da mulher tem características, além das óbvias, diferentes dos homens: pernas mais longas em relação ao tronco, braços mais curtos, menor estatura, quadris mais largos e menor peso. Como então, depois de tanta evolução na tecnologia, as mulheres poderiam ter uma bike igual a dos homens? Veja as diferenças que estão surgindo nas bikes femininas.

Quadro e Geometria

A primeira dificuldade para as mulheres sempre foi encontrar um quadro no tamanho certo. A solução adotada era usar um quadro masculino de tamanho pequeno. Mas isso não era suficiente, pois mesmo o quadro pequeno ainda era grande para algumas mulheres. Além disso, dependendo da intenção de uso (recreativo ou competitivo), a geometria não era a mais adequada, especialmente em relação ao tubo superior. Hoje em dia, os quadros específicos resolvem esses problemas, sendo encontrados em tamanho extra-pequeno e com geometrias mais dedicadas. Para uso mais competitivo, alguns fabricantes já produzem os tubos do quadro com uma espessura menor, sendo mais leves, mas sem comprometer a resistência, uma vez que as atletas em geral pesam menos que os homens.

Avanço e Guidão

Ainda relacionado com a geometria, as bikes masculinas sempre vêm com avanços e guidões maiores do que seria recomendado para a maioria das mulheres, justamente por elas terem menor envergadura. Apesar de ser um problema mais fácil de resolver, ainda significa um gasto extra. Em algumas bicicletas de estrada os guidões também são mais finos para se adequar às mãos das mulheres.

Pedivela

O tamanho dos braços do pedivela também deve estar relacionado às proporções do corpo. Com quadros tamanho extra-pequeno, os pedivelas 175 mm que são mais amplamente aceitos, devem ser analisados.

Selim

Uma das maiores fontes de reclamação das mulheres, por ser um problema muito perceptível, está no selim. Uma grande preocupação surgiu no meio ciclístico depois de alguns estudos mostrarem que pedalar por muito tempo poderia causar impotência nos homens. Ninguém comentou muito sobre as mulheres, mas já foram feitos estudos que também apontaram potenciais problemas para elas. As mulheres possuem alguns ossos do quadril diferentes dos homens. Estudos já foram feitos para descobrir tamanhos, formatos e até a densidade da espuma de selins que podem trazer mais conforto para elas. De qualquer maneira, é recomendado experimentar modelos diferentes de selins femininos. Os selins largos e gordos que parecem tão confortáveis, na verdade só servem para passeios curtos. Eles podem causar mais dor e desconforto se a intenção é pedalar por mais tempo.

Freios

Mulheres têm mãos menores. Alguns freios possuem alavancas que ficam muito distantes do guidão e isso pode se tornar algo perigoso e desconfortável. Felizmente, muitos freios já possuem ajustes, externos ou internos, para reduzir essas distâncias.

Suspensões

Falando em mountain bikes, existe mais um problema: o sistema de suspensão de algumas marcas foram projetados para ter melhor performance em uma determinada faixa de peso. Algumas vezes, essa faixa de peso está até mesmo acima do peso de uma atleta! Algumas marcas já perceberam isso e já possuem amortecedores ajustados para o uso feminino.

Bike Fit - O ponto mais importante

Cada pessoa tem características únicas. Uma bike feminina vai ser sempre essencial para uma mulher? Não! Inclusive existem bikes femininas de competição com geometria igual a dos modelos masculinos. Cada caso é um caso e só um bike fit pode dar uma resposta realmente embasada. Mas não se engane: os resultados do bike fit, em muitos casos, vão indicar que a bike a ser usada tem justamente as características que oferecem as bikes femininas de hoje em dia. Antigamente, eram feitas adaptações, que nem sempre eram eficientes. Não é marketing, é ciência!

Glaidiany de Cássia prefere as bikes femininas e possui 3 modelos específicos
Design e Estilo

Uma bike rosa é importante? Sem dúvida! Mulheres gostam de rosa. Uma bike delicada e com a cara delas ajuda na motivação e a mantê-las pedalando. Acreditem!

Fonte: Revista Bicicleta por Pedro Cury

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