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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Guaraná: o segredo da fruta

Saiba porque o extrato ou pó de guaraná é tão procurado por esportistas, e atente para os cuidados na ingestão


Nativo da região Amazônica, o Guaraná – produto tipicamente brasileiro-, é constituído por uma série de estimulantes e, por conta disso, torna-se uma das referências preferidas por esportistas no pré ou pós treino.

Sua constituição química engloba estimulantes tais como a teobromina (também presente nas sementes do cacau), a teofilina e, mais abundante, a cafeína. Essa última tem sido investigada como substância ergogênica, ou seja, capaz de melhorar a performance da prática esportiva.

Presente em diversos nutrientes e substâncias utilizadas no meio esportivo, uma das suas principais ações é disponibilizar ácidos graxos livres (gorduras) para o fornecimento de energia, o que, em tese, “pouparia” o glicogênio muscular, retardando a fadiga.

Outras são: a ativação do sistema nervoso central (SNC); possível atuação na regulação das concentrações do íon potássio (K+) nos meios intra e extracelulares. “Tudo isso contribuiu para o retardo da fadiga muscular e a mobilização do íon Cálcio (Ca+), preponderante para a contração dos músculos”, alerta a nutricionista Ana Claudia Silva.

Por tratar-se de uma fruta repleta de estimulantes, é necessário um controle na ingestão do nutriente, principalmente, em extrato ou pó de guaraná. “Não existe uma dose recomendada da substância”, lembrou a nutricionista.

É sabido que os excessos podem levar ao “cafeinismo” – quadro que engloba tensão muscular, insônia, irritabilidade, irritação da mucosa gástrica.

Estudos associam a ingestão de 5mg de cafeína por quilo de peso corporal à melhora dos rendimentos, contudo organismos possuem reações diferentes, porém, o alerta vem na sequência. “Um grama de guaraná em pó pode apresentar até três vezes mais cafeína que o café; fato que reforça a necessidade de se consultar um profissional capacitado antes de optar pelo uso do produto.”

Atualmente no mercado, existem diversas marcas de guaraná em pó. Algumas foram testadas e apresentaram grandes variações nas quantidades de cafeína; algumas alteradas por acréscimo de outras substâncias. Portanto, antes de optar por uma marca, consulte a procedência da mesma exigindo, por exemplo, o rótulo completo da embalagem (origem, certificação, data de validade, descrição dos componentes).

Vale alertar, que esportistas são alvos vulneráveis para a indústria dos produtos que supostamente melhoram a performance. “O ideal é consultar um profissional nutricionista que investigue a necessidade do consumo do guaraná em pó e outros produtos estimulantes e adéqüe-os às condições do praticante de atividade física e seus hábitos alimentares, a fim de evitar uma resposta contrária do organismo, prejudicando assim os resultados”, encerrou Ana Claudia.



Por Tadeu Matsunaga

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