"O freio wireless de bicicleta nos fornece o brinquedinho necessário para otimizar essas técnicas para que eles operem em sistemas muito mais complexos." [Imagem: Angelika Klein/Uni_Saarland] |
Enquanto o conceito de "drive-by-wire" é antigo quando se trata de automóveis - quando os cabos de acionamento são substituídos por fios - a ideia é mais recente no caso das bicicletas.
Mas o professor Holger Hermanns, da Universidade de Saarland, achou que já dava para eliminar também os fios, e resolveu criar o freio wireless - portanto, uma geração à frente dodrive-by-wire.
Segurança máxima
Para isso, além do desafio técnico de construir o próprio freio, ele teve que se preocupar com uma questão fundamental: a segurança.
Usando sistemas de controle eletrônico e replicando os circuitos, o pesquisador afirma ter atingido um nível de segurança de 99,999999999997%.
Com tantos noves, é muitíssimo mais fácil ser atingido por um meteorito do que sofrer um acidente com a magrela por uma falha nos freios - em cada 1 trilhão de brecadas, haverá três falhas.
"Não é perfeito, mas é aceitável," diz o engenheiro.
No freio wireless não há nem mesmo uma alavanca de freio: tudo o que ciclista precisa fazer é apertar a manopla de borracha que recobre o guidão.
Sensores de pressão embutidos no plástico detectam a pressão e enviam o sinal - quanto maior é a pressão, mais forte será a brecada.
ABS para bicicletas
Para não haver falhas, os transmissores da rede sem fios são replicados, garantindo que o sinal chegue ao sistema de frenagem propriamente dito mesmo se houver erros de transmissão na rede.
Se tudo funcionar bem, o freio é acionado em 250 milissegundos.
Esse tempo de acionamento significa que o ciclista que estiver a uma velocidade de 30 km/h conseguirá parar em dois metros.
Mas os engenheiros não ficaram satisfeitos, e agora vão criar um freio ABS para bicicletas.
"Não é difícil integrar um sistema anti-travamento dos freios e um controle de tração. Vai precisar apenas de alguns ajustes," garante Hermanns.
Sistemas mais complexos
É muitíssimo mais fácil ser atingido por um meteorito do que sofrer um acidente com a magrela por uma falha nos freios. [Imagem: Angelika Klein/Uni_Saarland] |
Por isto o Dr. Hermanns decidiu começar com a bicicleta, que pode ser testada com riscos reduzidos.
Segundo ele, o mais importante do trabalho são os modelos matemáticos e os algoritmos que ele e sua equipe desenvolveram, que monitoram continuamente o funcionamento de cada componente individual do freio, assim como sua interação.
Esses algoritmos poderão ser usados em sistemas maiores e mais complexos.
"O freio wireless de bicicleta nos fornece o brinquedinho necessário para otimizar essas técnicas para que eles operem em sistemas muito mais complexos," afirma ele.
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